domingo, janeiro 15, 2006

O País dos contra-sensos

Efectivamente só existe o nosso. Senão vejamos.
Fomos os que mais descobrimos outras civilizações através
das viagens marítimas. Fomos o País que mais colónias
possuíu e aquele que mais tarde descolonizou. E nesta
matéria conseguimos históricamente ser aquele que fez a
pior descolonização de que houve memória. Nem sequer
aprendemos com os erros dos outros.
Derrubou-se a ditadura e passados que foram quase 32
anos sobre esse acontecimento a sociedade encontra-se a
viver da mesma forma que anteriormente, ou seja, aqueles
que sempre viveram com dificuldades mantêm-nas,
enquanto que os outros, socialmente mais protegidos, se
acoitam em verdadeiros guetos a que chamam
pomposamente "condomínios fechados de luxo".
Em períodos de campanha eleitoral o poder político cujos
pilares em que assenta, são exactamente os mesmos em
que assentava o anterior regime de durou 38 anos vêm
prometer à plebe que neles continua a votar aquilo que não
lhes podem dar pois o seu sustentáculo capitalista não o
permitiria. São por isso sucessivamente enganados mas
continuam ingenuamente a acreditar que este poder político
seja capaz de lhe melhorar as suas condições de vida.
Mas não só as promessas não cumpridas como vão vivendo
sob a ameaça de que amanhã num qualquer fim do mês a
sua pensão de reforma não lhes é depositada na conta
bancária porque o sistema através do qual era garantido
esse pagamento, faliu. Até quando vamos continuar a
deixar-nos enganar?

publicado também no Editorial

1 comentário:

augustoM disse...

Raul gostei do texto e em especial da última pergunta. "Até quando vamos continuar a deixar enganar-nos?" Não sei a resposta, pois até parece que os portugueses gostam de ter um ditador.
Um abraço. Augusto