quarta-feira, julho 26, 2006


Cientistas britânicos e
americanos acreditam
poder modificar
geneticamente uma
bactéria que afecta o
mosquito da malária para
impedir os insetos de
espalharem a doença.

A possibilidade foi levantada por um estudo de geneticistas da
Universidade de Bath, na Inglaterra, e de Chicago, nos Estados
Unidos, publicado na revista Genetics.


Eles decifraram a maneira como a bactéria Wolbachia, que atinge
80% de todos os insetos, incluindo mosquitos, altera o esperma de
populações de machos, anulando sua capacidade de reproduzir
com fêmeas não-infectadas pela bactéria.


Esse mecanismo permite que a Wolbachia se perpetue nos insetos
por gerações.


A descoberta levou os pesquisadores a imaginar uma versão
geneticamente modificada da bactéria, capaz de espalhar genes
que evitariam o mosquito de passar adiante o parasita da malária.


A doença mata milhões de pessoas a cada ano, ficando atrás apenas
da tuberculose em termos de impacto na saúde mundial.


Pesquisa

Os cientistas estudaram a genética da Wolbachia na mosca
Drosophila simulans, uma das espécies usadas como modelos em
experimentos genéticos.


Genes ativos em insetos infectados e não infectados foram
comparados, até que os pesquisadores conseguiram determinar
quais eram modificados como resultado da infecção da Wolbachia.


Eles identificaram que dois genes – zipper e Igl – agem de maneira
combinada para evitar que o esperma de moscas infectadas com a
bactéria fertilize ovos não-infectados.


Curiosamente, em ovos infectados, a Wolbachia parece ser capaz
de reverter as mudanças, pois as células reprodutivas das moscas
voltaram a ser férteis.


Os pesquisadores querem agora estudar o mecanismo em outras
espécies de insetos.


Descoberta

Um deles, Bem Heath, classificou o estudo como “grande
descoberta”.


“Nos últimos anos, tem havido forte interesse em usar a Wolbachia
transgênica para modificar populações naturais de insetos como os
mosquitos da malária”, disse ele.


Mas Pierre Guillet, do programa de malária da Organização Mundial
da Saúde (OMS), recebeu o estudo com cautela.


Ele disse que o mosquito da malária se adapta facilmente às mudanças
no seu ambiente, e que não há garantias de que mudanças genéticas
tenham impacto em populações sujeitas a outros processos de
seleção.


Para Guillet, são necessários mais esforços em relação aos fatores
ambientais que influenciam a disseminação da malária.


“(O estudo) é ciência de boa qualidade, mas devo prevenir sobre os
riscos de tirar conclusões otimistas rapidamente”, ele comentou.


“O que funciona em um tubo de ensaio ou em um criador de
mosquitos é mais complicado em campo.”

da BBC Brasil

Uma boa notícia para os paises que se confrontam com
surto
epidémico que dizima muita gente.

1 comentário:

Diogo disse...

Até que enfim, uma notícia animadora. No meio destes holocaustos que proliferam por este mundo representa uma lufada de ar fresco.