sexta-feira, agosto 12, 2011

A desculpa dos maus cobradores

A crise com que nos confrontamos, embora não seja da nossa responsabilidade mas sim das políticas erradas que vários governos adoptaram durante estes 36 anos de democracia, em que se acumularam défices sucessivos, foi abruptamente despoletada pelos EUA e que se repercutiu em todo o Mundo. No nosso País registou-se o maior golpe bancário que há memória, tendo o anterior governo cometido o enorme erro de o nacionalizar. Os autores do golpe com excepção de apenas um que regaladamente aguarda pela investigação que decorre, refastelado num sofá da sua mansão, não são ainda conhecidos, mas não existe dúvidas quanto ao montante desse golpe que são os contribuintes em geral que vão suportar os prejuízos dele resultantes. A situação do país não é diferente daquela que outros países da Europa vivem, alguns dos quais com outros recursos que nós não temos. O actual governo de coligação saído de eleições legislativas antecipadas, cujos partidos foram escolhidos maioritariamente por um eleitorado apostado em castigar o anterior, sem reflectir que seriam eles próprios vítimas dessa sua opção, proporcionaram a sua ascensão ao poder. As medidas estão à vista. Vão favorecer as empresas e penalizar aqueles cujos rendimentos são exclusivamente do seu trabalho. E medidas como as que vão ser implementadas nomeadamente a descida da Taxa Social Única, compensada pela subida do IVA dos bens de primeira necessidade, como sendo o gás e a electricidade, de 6% para 23% é bem prova disso. Estas opções governamentais são absolutamente inadmissíveis e intoleráveis pois o investimento por parte dos empresários não se vai registar e muito menos a medida estimulará o crescimento do emprego. Julgo que nos assiste o direito a nós que não fomos os patrocinadores deste governo de impor aqueles que o foram para actuarem de forma a pararem com esta enorme sobrecarga de encargos que nos vão ser impostos, sem que nós tenhamos disso qualquer culpa.