A sondagem entrevistou cerca de 1,5 mil idosos de ambos os sexos, em períodos diferentes – entre 1971 e 1972, 1976 e 1977, 1992-3 e 2000-1. Os pesquisadores questionaram os participantes sobre vários aspectos da vida sexual como satisfação, actividade e problemas sexuais.
Segundo os resultados, publicados na revista científica British Medical Journal, no decorrer dos últimos 30 anos constatou-se um aumento no número de idosos que relataram ter uma vida sexual ativa.
Entre os homens casados, 52% dos entrevistados no início da década de 70 disseram ter vida sexual ativa. Em 2000, o índice nesse grupo foi de 68%.
No caso das mulheres casadas, o aumento foi de 38% para 56%. O aumento também foi observado entre os solteiros, de 30% para 54% e de 0,8 ponto percentual para 12% entre as solteiras.
Satisfação
O estudo ressalta ainda que houve um aumento na satisfação das mulheres com a vida sexual – mais idosas afirmaram que têm orgasmo durante a relação e menos mulheres relataram nunca terem tido um orgasmo.
Entre os homens, em contrapartida, os autores observaram uma redução no prazer. Segundo os autores, isso pode ser causado porque, com o tempo, se tornou mais aceitável admitir “fracasso” nas relações sexuais.
A pesquisa aponta também que o número de homens com problemas de erecção diminuiu, enquanto aumentou a quantidade de idosos com problemas de ejaculação. A proporção que sofre de ejaculação precoce não foi alterada.
De acordo com o estudo, tanto os homens quanto as mulheres culpam os homens quando o casal pára de ter relações sexuais, o que reforça análises feitas em estudos anteriores.
"Nosso estudo mostra que os mais velhos consideram a actividade sexual e seus prazeres como uma parte natural da vida idosa", dizem os autores, da Universidade de Gotemburgo.
Gerações
Para a professora Peggy Kleinplatz, da Universidade de Ottawa, no Canadá, o estudo reforça o papel positivo da vida sexual para as pessoas com mais de 70 anos e é uma contribuição bem-vinda para a limitada literatura sobre o comportamento sexual dos idosos.
Kleinplatz espera que a pesquisa ressalte a necessidade de os médicos serem treinados a perguntar a todos os pacientes, independente da idade, sobre questões relacionadas ao sexo.
Petra Boyton, especialista em psicologia do sexo e relacionamento da University College, em Londres, comenta os resultados da pesquisa e afirma que é importante lembrar que uma pessoa que fez 70 anos no ano 2000 teria sido influenciada pelas atitudes sexuais mais livres das décadas de 60 e 70.
Além disso, ela sugere que esses idosos poderiam ser mais saudáveis e em forma do que aqueles que completaram 70 anos em períodos anteriores a 2000.
"Ainda temos o estereótipo dos idosos com suas bengalas, que não poderiam ter uma vida sexual activa. Mas este não é o caso", afirma a especialista.
Boyton faz ainda outra ressalva com relação aos resultados da pesquisa.
Segundo ela, o estudo não registou a frequência com que os entrevistados mantinham relação sexual, apenas se eles tinham uma vida sexual activa. Além disso, os pesquisadores levaram em conta apenas o sexo que envolve penetração, ao invés de considerar também outras formas de sexo, que podem ser preferidos por pessoas mais velhas.
"Fico preocupada de que estes resultados possam ser interpretados de uma forma que possa sugerir que se você não está fazendo sexo aos 70 anos, você está fazendo algo errado", disse.
"Ainda há várias pessoas que optam por não ter relações sexuais", concluiu Boyton.
da BBC BrasilEste estudo vem provar que afinal muita gente erradamente pensa que actividade sexual deixa de existir a partir de determinada idade, mas tal não correspondente à realidade.
2 comentários:
Raul,
Considero que há várias formas de praticar sexo, mas mais importante do que aquilo a que chamamos sexo, é praticá-lo até ao nosso último dia. Afinal o sexo ajuda a mover o mundo.
Abraço.
É tudo uma questão de espírito. Há quarentões, cinquestões e por aí fora mais jovens de espírito do que muitos trintões...
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