É visível embora o PR o negue o braço de ferro existente com o governo

Ao nível das ultimas propostas legislativas o actual Presidente da República tem posto obstáculos há sua homologação o que tem inviabilizado a sua promulgação. O PS quer em relação à Lei do Divórcio quer a esta última, da Autonomia dos Açores, não pretende alterar sequer uma vírgula o que denota a existência dum braço de ferro entre estes dois órgãos institucionais. Como se sabe Cavaco Silva em termos de eleitorais possuiu francamente uma menor representatividade do que a maioria socialista, embora isso nada tenha a ver com este braço de ferro e em termos constitucionais seja o Presidente da República se assim o entender, poder dissolver a Assembleia da República e convocar eleições antecipadas. Claro que isso está fora de questão na medida em que não pode aplicar o mesmo critério que Jorge Sampaio utilizou na dissolução da Assembleia da República no governo de coligação PSD/CDS. Mas esta atitude de força exibida por Cavaco Silva, visa criar uma atmosfera de intimidação ao governo de José Sócrates, tendo em vista o favorecimento da actual líder do PSD, que lhe merece a sua simpatia e que pouco ou nada tem feito para granjear apoio eleitoral através do qual possa assegurar a sua vitória eleitoral nas próximas legislativas. Bem pelo contrário, Cavaco Silva tem a percepção de que a escolha da sua preferência está longe de alcançar qualquer sucesso eleitoral tendo em vista a sua fraca participação em termos de liderança no maior partido da oposição ao governo. E por isso vai ajudando da forma que pode. O PS já o percebeu e numa manifestação de que não teme o confronto institucional nega-se a rever os diplomas acima referidos de forma a alterá-los a contento do Presidente da República. Vamos ver como é que tudo isto vai acabar, mas dum facto estou ciente, nem Ferreira Leite beneficia desta atitude do PR nem ele próprio está a conseguir assegurar a sua reeleição para o caso como penso que sim de se candidatar a um segundo mandato.