Acordo de paz em Israel pode fracassar antes de ser oficializado
Um acordo de paz entre israelitas e palestinos pode fracassar
antes mesmo de ser anunciado oficialmente. Membros de grupos
extremistas palestinos teriam prometido suspender os ataques
contra cidades de Israel, mas a morte de dois membros do Jihad
Islâmico --atacados por soldados israelenses neste domingo--
ameaça o possível tratado.
O Jihad Islâmico teria concordado em participar do acordo.
Este grupo foi responsável pelo atentado em Hadera na semana
passada, que matou cinco civis israelenses e desencadeou uma
mega ofensiva de Israel contra territórios palestinos.
Khaled al Batch, porta-voz do grupo em Gaza, afirmou em um
comunicado distribuído à imprensa que "eles estão comprometidos
com a calma até quando os sionistas também aderirem [à trégua]".
O cenário pode mudar, no entanto, com os acontecimentos que
seguiram as conversas de paz anunciadas pelo jornal israelense
"Haaretz" e agências de notícias internacionais neste domingo.
Forças israelitas cercaram uma casa na cidade de Qabatiyeh e
mataram duas pessoas que estavam no local. Entre elas Jihad
Zakarne, acusado por Israel de planejar um atentado suicida na
semana passada.
Em resposta, o Jihad Islâmico divulgou um comunicado ameaçando
atacar cidades israelenses próximas à Gaza. "As facções
palestinas estão unidas para enfrentar a campanha sionista
contra o Jihad Islâmico e o povo palestino."
Desde a semana passada, Israel tem feito bombardeios aéreos
em Gaza, enquanto que grupos extremistas palestinos --
principalmente o Jihad Islâmico-- continuaram a atirar
foguetes Qassam (de fabricação caseira) contra cidades
israelitas ao sul.
Durante a reunião do gabinete israelense, realizada neste
domingo, Sharon prometeu uma "severa" retaliação contra
qualquer ataque a Israel, mas afirmou discordar da afirmação
feita pelo ministro da Defesa Shaul Mofaz na sexta-feira (28),
a um jornal israelita. Ele disse que a paz "é impossível" de
ser feita sob a atual administração palestina, liderada pelo
presidente da ANP, Mahmoud Abbas.
Esse episódio de violência foi um duro teste ao acordo de
paz realizado entre Abbas e Sharon em fevereiro passado,
durante a cúpula de Sharm el Sheikh (Egito), que se estendeu
a todos os grupos extremistas palestinos no mês seguinte.
O Jihad Islâmico tinha aceitado participar da trégua, mas
acabou não cumprindo o acordo. O grupo realizou diversos
atentados terroristas, incluindo quatro ataques suicidas,
classificados pelos líderes do grupo como "represálias"
contra as violações israelenses ao cessar-fogo.
Em Gaza, Israel reabriu duas passagens neste domingo para
permitir que caminhões transportando produtos e outros bens
para dentro do território palestino. Apesar disso, palestinos
ainda estão proibidos de se locomover.
da Folha Online
Os israelitas arranjam sempre uma razão para o processo de
paz regredir.
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