sexta-feira, novembro 12, 2010

Esta está de morrer a rir


José Sócrates consulta uma vidente:
A vidente concentra-se, fecha os olhos e diz:
- Vejo o senhor a passar numa avenida, num carro aberto, e o povo a acenar.
Sócrates sorri e pergunta:
- Essa multidão está feliz?
- Sim, feliz como nunca!
- E o povo corre atrás do carro?
- Sim, à volta do carro, como loucos. Os polícias até têm dificuldade
em abrir caminho.
- As pessoas carregam bandeiras?
-Sim, bandeiras de Portugal e faixas com palavras de esperança e de um
futuro melhor.
- A sério? E as pessoas gritam, cantam?
- Gritam frases de esperança: 'Agora sim!!! Agora tudo melhorará! '
- E eu, como é que reajo a tudo isso?
- Não dá pra ver.
- Porque não?
- Porque o caixão está fechado...
 
 

domingo, novembro 07, 2010

Os saudosistas do passado manifestam o seu desejo de voltar ao tempo da outra senhora (a ditadura)

Ainda me recordo logo após o 25 de Abril mais propriamente num governo de Mário Soares em que foi necessária a entrada do FMI para controlar o défice do Estado, cujas contas públicas também estavam nas ruas da amargura, da conversa dum saudosista do passado que, tal como eu, nos encontrava-mos numa oficina de pneus para ali serem realizadas as substituição dos mesmos. E então o sujeito em tom empolgado referia que no tempo da ditadura existiam 3 classes sociais, ou seja os ricos, os remediados e os pobres. Com a democratização do regime, a classe dos remediados tinha desaparecido, passando apenas a existirem duas, os ricos e os pobres. Na altura não me contive e fui obrigado a lembrar ao tal sujeito, que em 1959, vivendo eu em Angola e tendo vindo nessa altura a férias a Portugal tinha constatado que muito pouca gente era dona da sua própria casa, o número de automóveis então existentes era diminuto, só mesmo aqueles muito abastados é que poderiam possuir automóvel e que me recordava ver logo pela manhã, batalhões de pessoas com sacos a tiracol onde levavam as suas marmitas com o almoço, deslocando-se junto à linha do carro eléctrico a pé, pois nessa altura os bilhetes custavam tostões, para as unidades fabris ou outros locais do seu trabalho, face à miséria dos ordenados que então eram pagos. E perguntei-lhe. Era essa a classe dos remediados. E acrescentei se o regime da ditadura se mantivesse se calhar o senhor hoje em vez de estar à espera que na oficina lhe mudassem os pneus do seu automóvel, estaria talvez à espera de mudar os duma bicicleta.
Mas como percebi que estava na presença dum saudosista do passado preferi não adiantar conversa para não ter de me indispor ou ser sujeito a uma atitude menos correcta e calei-me.

segunda-feira, novembro 01, 2010

O universo de pessoas que não tem computador nem tão pouco tem qualquer noção quanto ao seu funcionamento, são o garante da imprensa escrita

A venda de jornais e até revistas está como é sabido, em queda, isto porque são cada vez mais as pessoas que optam por frequentar cursos de informática, tendo em vista a sua intenção de adquirirem um computador. O número está em crescendo e isso é visível cada vez que qualquer um de nós se desloque a um estabelecimento onde se comercializem computadores para verificar a quantidade de pessoas acompanhadas obviamente de seus amigos ou conhecidos que ali vão adquirir com a ajuda daqueles que os acompanham pois já possuem mais experiência que eles na sua escolha. Mas tal como damos conta deste fenómeno em expansão também constatamos a existência daquelas pessoas que revelam uma total adversidade quanto à possibilidade de um dia poderem vir a optar por frequentar um curso de informática e adquirirem um PC. E são obviamente essas pessoas aquelas que ainda vão sentindo vontade de comprarem jornais e revistas para se inteirarem de vários assuntos e notícias ali tratados. Esse seu manifesto desinteresse pela informática acabe por ser o garante por mais algum tempo da sobrevivência de jornais e revistas edição em papel, cujas vendas sabemos vêm registando fortes quebras.