HAVANA, 4 OUT (ANSA) - Um menino cubano de 13 anos, fã de pintura, não pôde receber um prêmio da Organização das Nações Unidas devido ao embargo norte-americano de mais de quatro décadas contra o país, denunciaram hoje meios locais.
Raysel Sosa Rojas, que tem 13 anos e mora no bairro havanês de San Agustín, obteve o primeiro prêmio da seção América Latina e Caribe do Concurso Internacional Infantil do Programa da ONU para o Meio Ambiente.
O prêmio, uma câmera digital "Nikon", não chegou às mãos do pequeno devido a inconvenientes no bloqueio aplicado pelos Estados Unidos contra o país caribenho desde 1962.
"Me disseram que como cubano não posso receber o prêmio", explicou o menino, que tem hemofilia, e acrescentou ter sentido "muita tristeza ao ver que todos os demais tinham o prêmio e eu não".
O caso do garoto foi incluído no relatório que Cuba apresentará à ONU em 8 de novembro para denunciar os danos causados pelo embargo norte-americano contra o país, estimados em mais de US$ 86 bilhões desde seu início e US$ 4 bilhões no último ano.
Raysel "não pôde desfrutar de seu prêmio por causa da recusa da empresa japonesa Nikon em lhe entregar uma câmera digital, pois o bloqueio norte-americano proibiu este ato", afirmou o documento cubano "Necessidade de pôr fim ao bloqueio".
"O embargo afeta até as crianças. Nunca pude imaginar que esta medida incluía menores que pintam para proteger o meio ambiente. Não pensava que chegasse a tanto", lamentou o garoto.
Os outros vencedores, crianças da Sérvia, Tailândia, Equador, Japão e de um país da África, receberam suas câmeras digitais na Argélia, onde foi realizada a cerimônia de entrega.
No ano passado a ONU apoiou de forma unânime (182 a favor, 4 contra e uma abstenção) a resolução favorável a Cuba para pôr fim ao embargo. (ANSA)
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