Confesso que não me surpreendeu minimamente a posição do representante desta corporação de profissionais, os quais acoitados pelo seu código deontológico, eximem-se de realizar nos hospitais públicos intervenções deste tipo. Todavia esse mesmo código não os coibe de fazerem abortos em clínicas privadas que, como é público são por cá realizadas.
Estas posições do ponto de vista da opinião pública, embora tal para eles não seja relevante, não favorece os profissionais de saúde porquanto já sabemos que tal como os jornalistas ou quaisquer outros profissionais dispondo dum código deontológico utilizam este apenas para defesa dos interesses da sua corporação e nunca o da população.
Estou por isso inteiramente de acordo que, admitindo após a vitória do "SIM" como prevejo para a despenalização da IVG, o governo, uma vez os médicos que prestam serviços nos hospitais públicos eximirem-se de realizar tal intervenção o Estado assuma esse encargo com clínicas privadas que se disponham a fazê-lo. E não vale a pena ao senhor bastonário vir com o argumento de que quando forem criadas outras situações de benefícios aos utentes ele poderá então sim rever a sua posição, porque já conhecemos esse tipo de discurso até porque nunca notamos essa mesma postura na defesa dos interesses dos utentes do SNS, noutras matérias.
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