sábado, fevereiro 27, 2010

Uso indevido do direito de propriedade

Já se torna lugar comum algumas pessoas com responsabilidade por diversas áreas, que vão do desporto à função pública, referirem-se quando instados por alguém, os meus isto os meus aquilo.
Por exemplo são vários os treinadores de futebol, quando se referem à sua equipa, dizerem os meus jogadores, fizeram isto ou vão fazer aquilo. Claro está que os jogadores não são deles porque quem lhes paga é o clube e obviamente nem sequer o presidente desse clube tem direito com propriedade de usar essa expressão. O direito de propriedade é determinado pelo dono da coisa o que neste caso é um jogador. O mesmo se passa na função pública ou numa qualquer actividade privada em que o responsável ou dirigente das pessoas que estão sob a sua alçada, esse simples facto porque também ele pode deixar de estar no exercício dessa função, com propriedade afirmar o meu trabalhador fez isto ou aquilo, porque não é ele que lhe paga e por isso não tem esse direito.
Poder-se-á afirmar mas a expressão é usada no sentido figurado, não me parece se tivermos em atenção a convicção com que as pessoas o afirmam. Cada vez que oiço por exemplo o professor Jesualdo Ferreira referir-se aos seus jogadores deixa a sensação de que o faz não no sentido figurado mas como se efectivamente o fossem e não são, nem sequer do Pinto da Costa muito embora seja ele que os contrata ou os dispensa.

3 comentários:

Å®t Øf £övë disse...

Raúl,
Há meio mundo a pensar que é dono do outro meio.
Abraço.

jardinsdeLaura disse...

E o pior é que apenas um décimo deste mundo é dono de tudo o resto!

NOCA disse...

A sociedade é dirigida por paradimas, mas alguns abusam.