domingo, novembro 07, 2010

Os saudosistas do passado manifestam o seu desejo de voltar ao tempo da outra senhora (a ditadura)

Ainda me recordo logo após o 25 de Abril mais propriamente num governo de Mário Soares em que foi necessária a entrada do FMI para controlar o défice do Estado, cujas contas públicas também estavam nas ruas da amargura, da conversa dum saudosista do passado que, tal como eu, nos encontrava-mos numa oficina de pneus para ali serem realizadas as substituição dos mesmos. E então o sujeito em tom empolgado referia que no tempo da ditadura existiam 3 classes sociais, ou seja os ricos, os remediados e os pobres. Com a democratização do regime, a classe dos remediados tinha desaparecido, passando apenas a existirem duas, os ricos e os pobres. Na altura não me contive e fui obrigado a lembrar ao tal sujeito, que em 1959, vivendo eu em Angola e tendo vindo nessa altura a férias a Portugal tinha constatado que muito pouca gente era dona da sua própria casa, o número de automóveis então existentes era diminuto, só mesmo aqueles muito abastados é que poderiam possuir automóvel e que me recordava ver logo pela manhã, batalhões de pessoas com sacos a tiracol onde levavam as suas marmitas com o almoço, deslocando-se junto à linha do carro eléctrico a pé, pois nessa altura os bilhetes custavam tostões, para as unidades fabris ou outros locais do seu trabalho, face à miséria dos ordenados que então eram pagos. E perguntei-lhe. Era essa a classe dos remediados. E acrescentei se o regime da ditadura se mantivesse se calhar o senhor hoje em vez de estar à espera que na oficina lhe mudassem os pneus do seu automóvel, estaria talvez à espera de mudar os duma bicicleta.
Mas como percebi que estava na presença dum saudosista do passado preferi não adiantar conversa para não ter de me indispor ou ser sujeito a uma atitude menos correcta e calei-me.

2 comentários:

Ensino,religião e política. criticas. disse...

Nosso passado.

No passado onde nascemos
E que nós todos vivemos,
Num tempo bem divertido
Pois tudo que tinha outrora,
Hoje tudo foi se embora
Tudo de bom foi esquecido.

Eu lembro do meu passado.
Com meus pais a meu lado,
Dando-me amor e bondade
Hoje me encontro sozinho,
Perdido excluído do ninho
Somente a tristeza me invade.

No passado tinha respeito
Os homens eram direitos
Não tinha mal entendido
Esqueceram a educação
Tudo esta na contramão,
O mundo esta decaído.

No meu tempo de escola,
Nem se pensava em bola
Não se esquecia a lição.
Hoje o moleque atrevido
Vivendo no mundo falido
Sem a dádiva da educação.

Vizinhos se conversavam,
Sempre se comunicavam
Com toda paz e harmonia.
Hoje nem se conhecem,
O seu nome até esquecem
E as ruas todinhas vazias.

O sol já estava entrando,
Muitos visinhos chegando
Pra conversar no portão.
Tudo isso ficou no passado
Todos em casa enfurnados
Em frente a televisão.

Os programas que tem agora,
Nem se compara os de outrora
Na pureza e simplicidade.
Um canal só crimes na tela
No outro infames novelas
Dando ao povo mediocridade.

Sei que isso é caso perdido,
Não pode ser mais corrigido
O que vale é poder e dinheiro.
Nosso cérebro já foi deturpado
O mal já foi todo implantado
Na mente de nós brasileiros.

Paulo Luiz Mendonça.

Ensino,religião e política. criticas. disse...

Que bom seria.
Que bom seria,
Se não houvesse carcaça
E nem houvesse fumaça,
Nem brasa na churrasqueira.
Os nossos irmãos animais
Sem dores e medos reais
Vivendo suas vidas inteira.

Que bom seria.
Não ver o sangue correr,
Nenhum animal perecer
Ave, suíno, e ruminante.
Sem urros e sem gemidos,
Sem animais perecidos
No fio de um aço cortante.

Que bom seria,
Sem nada de violência,
Nem mesmo interferência
Somente uma vida plena.
Entre os seres racionais
E também entre animais
A paz reinasse serena.

Que bom seria.
Se isso não fosse utopia,
Nem mesmo uma fantasia
Na tão sonhadora ilusão,
Mas me entristece a maldade,
Mesquinhos poder que invade
Os descendentes de adão.




Que bom seria,
Sem animais como detentos,
Em grandes confinamentos
Criados pra serem abatidos.
De maneira tão desumana
Feitos por mentes insanas,
De Humanos embrutecidos.

Que bom seria,
Se houvesse luz e beleza,
Que desse a nós a certeza
Da paz é a doce vivencia.
Tudo na terra seria candura,
As almas seriam mais puras
Com uma vida sem violência.

Que bom seria.
Sem a nossa mesquinhez,
Sem nenhuma estupidez
Ao tratar nosso semelhante.
Os nossos irmãos menores,
Já provaram e são melhores
Que a nossa mente arrogante.

Pra que serve a inteligência,
Que só nos causa carência
Na vivência do dia a dia
Fico pensando desolado,
Dizendo a mim mesmo calado,
Que bom seria, que bom seria.

Paulo Luiz Mendonça.