segunda-feira, outubro 18, 2010

A realidade nua e crua da constatação por parte dos fabricantes japoneses de automóveis do erro da globalização

Os fabricantes japoneses de automóveis, impuseram-se no mercado internacional e ocuparam lugares privilegiados que antes pertenciam a marcas dos EUA, Suécia e Alemanha.
A qualidade dos automóveis fabricados pelos japoneses depressa conquistou a preferência dos consumidores e o número de vendas crescentes das marcas permitiu-lhes assegurar elevados lucros. Houve uns que ao longo dos anos souberem gerar o negócio mas outros não. Por outro lado os japoneses começaram a instalar fábricas em países em desenvolvimento com mão-de-obra barata mas longe de serem respeitados os padrões de qualidade que até então foram assegurados pelas marcas japonesas. Essa apetência pelo lucro fácil e rápido resultou na descredibilização dos padrões de qualidade que antes eram assegurados e algumas marcas japoneses entraram em dificuldades económicas e financeiras e para não perecem acabaram por ser absorvidas numa percentagem elevada das suas acções por marcas nunca antes acreditadas, como a Ford, a Renault etc. etc.
E a filosofia das marcas europeias que adquiriram substancialmente posições nas marcas japonesas acabaram por impor a incorporação nos seus modelos de motores, caixas de velocidade e transmissões, ou seja os chamados componentes mecânicos que nada tinham a ver com a qualidade do fabrico japonês.
Esta opção dos actuais donos das marcas japonesas, fizeram com que a então qualidade e fiabilidade das mesmas deixasse de ser a que era antes e consequentemente os consumidores mais esclarecidos deixaram de comprar automóveis de marca japonesa mas com incorporação de componentes mecânicos europeus, porque não lhes inspiram confiança.
A Mazda nesta altura, tenta tudo por tudo para se desligar da Ford porque a sua dependência económica e financeira deste fabricante comprometeu nitidamente a sua implantação no mercado face a uma fiabilidade que quando "made in japan" possuía e deixou de possuir. Obviamente que tal não vai ser fácil, mas neste momento tentam tudo por tudo para o conseguir.
A Mitsubishi que também entrou neste erro ao ser absorvida pela Daimler AG, passando esta a incorporar motores inclusivamente da PSA, teve exactamente o mesmo resultado ou seja a descredibilização dos automóveis que produzia. Chegaram agora a conclusão que pura e simplesmente têm de abandonar esta errada opção e como já ficou provado, o lançamento do SUV ASX, exclusivamente fabricado no Japão e com motores da Mitsubishi, estão a ser um verdadeiro sucesso de vendas com taxas de penetração no mercado absolutamente notáveis.
Em conclusão:
A globalização pode servir os interesses de quem produz roupa, calçado, banheiras, retretes e artigos semelhantes, mas do ponto de vista da fabricação de automóveis, pelo menos em matéria daqueles que possam proporcionar a quem os adquire alguma fiabilidade, esta opção constitui um erro comprovado.

Também publicado no "congeminações"

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