sexta-feira, setembro 14, 2007

Cientistas descobrem mecanismo de perda de memória em ratos

da Efe, em Madri

Uma equipe de cientistas na Espanha descobriu um mecanismo responsável pela paulatina perda da memória e da capacidade de aprendizagem que costumam acompanhar a velhice --o que torna possível um tratamento para atenuar esses problemas.

A pesquisa, que analisa o factor de crescimento IGF1, respalda possíveis tratamentos baseados nessa proteína para atenuar ou prevenir alguns dos sintomas neurológicos próprios da idade.

Publicado no último número da revista "Molecular Psychiatry", do grupo editorial "Nature", o estudo foi desenvolvido pelos pesquisadores Ignácio Torres e José Luís Trejo, do Centro Superior de Pesquisas Científicas da Espanha, com a colaboração do professor Ángel Núñez da Universidade Autnoma de Madri (UAM).

Os cientistas relacionaram em ratos a aparição da habitual perda cognitiva que acompanha a velhice, especialmente a diminuição da capacidade para se orientar no espaço, com um défice do factor de crescimento IGF1 no sangue. Essa proteína é fundamentalmente associada ao hormónio de crescimento (GH, em inglês) e é segregada na maior parte pelo fígado.

A partir dessa descoberta, a equipe conseguiu atenuar as deficiências nos animais mediante a administração sistemática do factor de crescimento.

Em um experimento, os ratos foram colocados em um labirinto com pistas que deveriam ser memorizadas para encontrar a saída. Foi comprovado que os animais adultos com défice de IGF1 tinham mais dificuldades para aprender as formas de sair. Os cientistas observaram que os animais com essa deficiência mostravam alterações na potencialização a longo prazo no hipocampo, área cerebral associada à capacidade de memória.

Segundo Trejo, "as alterações observadas no hipocampo estão associadas a uma redução das sinapses [conexões dos neurónios entre si] glutamatérgicas, que são as responsáveis pela transmissão de informação".

O trabalho mostra um novo papel do IGF1 sanguíneo na fisiologia do cérebro adulto, que se soma a outras funções neuro-protectoras já conhecidas.

da Folha Online

Como é a partir deste tipo de experiências que se tratam os humanos, num futuro talvez longínquo estaremos a morrer de velhos mas com as capacidades mentais de um jovem.

3 comentários:

Anónimo disse...

Será que essa descoberta alterará algo na pesquisa para irradiação de doenças degenerativas como é o caso da Alzheimer? Gostava de ler o artigo!

PintoRibeiro disse...

Bfsemana e um abraço.

Flávio Gonçalves disse...

Lá dar jeito dava, que a memória já me vai falhando.