sábado, março 03, 2007

O individualismo luso torna-se cada vez mais desmobilizante

A capacidade mobilizadora da CGTP-IN está cada vez mais enfraquecida, não pela falta de empenhamento dos seus dirigentes pelas razões sobejamente conhecidas, a defesa do seu tacho, mas pelo acentuar do individualismo dos trabalhadores portugueses. O uso da expressão "eu estou mas é preocupado com os meus problemas" já é lugar comum na nossa sociedade sendo a mesma o sintoma do individualismo crescente na nossa sociedade, que já entrou no plano do salve-se quem puder. Julgo por isso ser esta a razão pela qual os dirigentes da CGTP a força então mobilizadora de massas trabalhadoras que faziam estremecer o poder instituído, nas manifestações por si organizadas, verem os seus esforços não coroados de qualquer êxito. Este facto não deixa de ser preocupante na medida em que revela a fraqueza da massa trabalhadora em detrimento da defesa dos seus interesses, dando assim vantagem aos objectivos do patronato em prosseguir o seu avanço na liberalização do despedimento e não só, o de assumir critérios selectivos na admissão de trabalhadores para os seus quadros.
Tenho ultimamente notado, por exemplo, que nas cadeias de distribuição de produtos alimentares e outros, vulgo, hiper e supermercados, se tem registado um aumento significativo de indivíduos do sexo masculino nas suas caixas o que é demonstrativo da minha afirmação, facto que até então não se verificava. E isto leva-me a concluir que tal razão se prende com o facto de normalmente as jovens então recrutadas para estes locais sendo em principio casadas recentemente e passando a ser mães, por força da licença de maternidade, obrigarem as gerências destas cadeias alimentares, recrutar por período determinado trabalhadores para suprir a ausência temporária dessas trabalhadoras nesta situação. Espero pois não me enganar mas não será de estranhar-mos ver o patronato regressar aos critérios de selecção no recrutamento para os seus quadros de trabalhadores do sexo masculino por estes embora à luz da Lei também o possam beneficiar, não gozarem da chamada licença de maternidade.

1 comentário:

Lídia Lopes disse...

Passei para lhe agradecer a sua visita ao meu "espaço", pedindo desculpas por estar um pouco atrasada :).
Desejo-lhe um bom fim-de-semana.