sábado, julho 21, 2007

O excesso de bairrismo por vezes torna-se ridículo

Sou de ascendência transmontana e minhota. Em relação ao Minho sem qualquer facciosismo tenho a forte convicção de ser a Província do País do ponto de vista paisagístico mais bonita, muito embora tenha sofrido tal como outras zonas a agressão dos especuladores imobiliários e sobretudo a destruição do seu património florestal que era sem dúvida uma das suas mais valias. Mas quer queiram quer não o alto Minho continua bonito muito agradável de se visitar e não é por acaso que existem zonas em que curiosamente os espanhóis estão a apostar no turismo rural. Trás-os-Montes com a sua paisagem agreste direi mesmo demasiado agreste para o meu gosto, produz o azeite da melhor qualidade do País e a sua amêndoa, que contrariamente à do Algarve nenhuma dela amarga, embora de casca rija, é para mim francamente melhor. Por vezes, sobretudo quando estamos a temperar um peixe cozido, com azeite cru, faço sempre referência ao azeite que o meu falecido pai produzia e que apenas tinha 0,3graus de acidez. E talvez por defeito meu quando acabava de temperar umas batatas cozidas com legumes e peixe, ainda que fosse com um azeite destes anunciados na televisão ditos virgens e de 0,5 grau de acidez, fazer referência à excelente qualidade de azeite de Trás-os-Montes, sempre com a reacção dos que me acompanham nada disso o melhor azeite é da minha região uns sendo por exemplo de Pombal outros do Alentejo. A minha resposta é sempre a mesma. Aí sim.
Então desde quando a vossa região foi premiada em termos dum concurso internacional como um azeite de qualidade. A resposta não surge nem podia surgir porque aí é que está o busílis da questão. Ontem foi noticiado que num concurso internacional de azeite realizado nos EUA a Adega Cooperativa de Murça foi premiada com uma medalha de ouro como sendo o de melhor qualidade. Posto isto é conveniente que as pessoas se deixem dos bairrismos ridículos e que se habituem a aceitar a realidade em termos de qualidade dos produtos dos poucos que ainda se vão produzindo em Portugal e se deixem de dizer que os da sua terra é que são bons.

8 comentários:

Å®t Øf £övë disse...

Raul,
O Minho tem realmente coisas fantásticas. Não é só o azeite. Eu sou completamente fascinado por essa zona, e sempre que vou até ao Minho com pessoas estrangeiras, o que acontece com uma certa regularidade, a verdade é que todas elas, sem exepção, ficam maravilhadas com aquilo que encontram por lá.
Abraço.

Nero disse...

Não é só o excesso de bairrismo.

PintoRibeiro disse...

Bom domingo, abraço.

Anónimo disse...

O problema não está só na cegueira que há para o caso do azeite... é no caso dos queijos etc, etc e tal... que normalmente são sempre muito melhores mas, que por falta de marketing e profissionalismo são sempre votados aos desprezo! Enfim...

Bernardo Kolbl disse...

Boa tarde e um abraço.

Flávio Gonçalves disse...

Bonitos bonitos, são os meus Açores =) abraço.

augustoM disse...

Raul, isso não é bairrismo, poderá ser regionalismo, mas acima de tudo é patriotismo. Patriota é aquele que ama a sua terra e tudo o que ela produz, para quem, no mundo não há nada melhor.
Um abraço. Augusto

Bernardo Kolbl disse...

Bom dia e um abraço.