quarta-feira, março 29, 2006
Especialistas britânicos
estão trabalhando no
desenvolvimento de uma
pílula anticoncepcional que
não aumente os riscos de
câncer de mama e que, ao
contrário, ajude a prevenir
esta e outras doenças.
A expectativa dos cientistas é de que a nova droga esteja
disponível em cinco anos.
De acordo com David Baird, professor da Universidade de
Edimburgo, a nova pílula talvez possa evitar fibroses,
endometriose e a tensão pré-menstrual.
A pílula funciona à base da droga mifepristona, utilizada na
composição da pílula do aborto, a polêmica RU 486.
Ela suspenderia o ciclo menstrual ao bloquear a acção do
hormônio progesterona, que ajuda o corpo a se preparar
para a gravidez.
Os cientistas acreditam que a pílula possa também reduzir
o risco de trombose em mulheres mais velhas, que fumam
ou estão acima de seu peso ideal.
Riscos
Pílulas atuais, que funcionam à base de uma combinação de
estrogênio e progesterona, têm sido associadas ao câncer da
mama.
Alguns especialistas acreditam que o efeito seria causado
pelo estrogênio.
Esta teoria, no entanto, é bastante refutada por cientistas
que argumentam que, pelo contrário, a pílula "combinada"
ajudaria a proteger contra outros tipos de câncer, como os
de útero e ovário.
Baird afirma que testes com animais indicam que a nova
pílula pode inibir o câncer da mama. Ele diz acreditar que
é possível que a droga tenha o mesmo impacto em células
humanas.
"Em teoria, não há razão para que a nova pílula aumente o
risco do câncer no seio, uma vez que ela não contém
estrogênio", explica.
"Se você reduz a exposição cíclica do ovário aos hormônios
ovarianos estrogênio e progesterona, você deveria, na
verdade, estar reduzindo o risco de câncer do seio",
acrescenta o pesquisador.
A pílula foi testada em dois grupos de cerca de 90 mulheres
com resultados positivos e, de acordo com os cientistas,
poucos efeitos colaterais.
O professor Baird enfatiza, no entanto, que estudos em
grande escala são necessários para que os benefícios e
possíveis malefícios sejam avaliados.
Repercussão
Anna Glasier, médica da London School of Hygiene and
Tropical Medicine, diz que a idéia de que é pouco natural
suspender o ciclo menstrual é "completamente errônea".
Glasier argumenta que, no passado, as mulheres
passavam anos sem menstruar, seja porque estavam
freqüentemente grávidas ou amamentando.
Já a médica Rosemary Leonard alerta para a necessidade
de pesquisas para que se conheçam os efeitos da pílula a
longo prazo.
"No momento em que você fala em interromper a acção
dos ovários, você tem de olhar o sistema hormonal como
um todo", diz.
"E aí vem a pergunta: o que isso representa para a saúde
a longo prazo?", questiona.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Isto é para equiparar a gravidez ao cancro?
Enviar um comentário