quinta-feira, março 16, 2006


A substância que deixa a
pimenta ardida também
pode levar células de câncer
de próstata ao suicídio,
segundo uma pesquisa de
cientistas do Cedars-Sinai
Medical Center, nos
Estados Unidos.

Testes mostraram que essa substância, chamada capsaicina,
fez com que 80% das células de câncer de próstata iniciassem
o processo que as leva à morte.

A pesquisa, que foi publicada no jornal Cancer Research,
também constatou que os tumores tratados com capsaicina
ficaram menores.

Especialistas em próstata da Grã-Bretanha dizem que a
capsaicina pode ser a base de um futuro remédio, mas
alertaram que o hábito de comer pimenta em exagero é
associado à alta incidência de câncer de estômago.

Mutações

No estudo, os cientistas do Cedars-Sinai Medical Center
usaram ratos que tinham sido geneticamente modificados
e continham células humanas de câncer de próstata.

Eles receberam uma dose de extrato de pimenta
equivalente a 400 mg de capsaicina três vezes por semana
para um homem de 91 quilos.

Isso seria o mesmo que ingerir de três a oito pimentas
muripi, as que têm maior quantidade da substância.

Células normais passam por um processo constante em
que milhões delas morrem a cada segundo – processo
conhecido como apoptose – e outras milhões são produzidos
para manter o número de células existentes.

Algumas células, porém, conseguem evitar a apoptose
(morte celular programada) por meio de mutação ou
desregulamentação dos genes que participam no suicídio
programado das células.

Os cientistas perceberam que a capsaicina aumentou a
quantidade de certas proteínas envolvidas no processo de
suicídio das células.

A substância também reduziu a quantidade de PSA
(antígeno específico da próstata, na sigla em inglês), uma
proteína produzida pelas células cancerosas da próstata.

Peixe

"A capsaicina teve um efeito antiproliferante profundo
sobre células de câncer de próstata humanas em cultura",
disse Soren Lehmann, cientista que liderou a pesquisa.

"Isso reduziu dramaticamente o desenvolvimento de
tumores na próstata."

Chris Hailey, chefe de pesquisa da organização britânica
The Prostate Cancer Charity disse que o "trabalho em
células baseado em laboratório é muito interessante, mas
não se sabe ainda como, e nem se, pode ajudar homens
com câncer de próstata".

"Pode ser possível extrair capsaicina e toná-la disponível
como um medicamento".

"Nesse meio tempo, alertamos os homens contra aumentar
sua ingestão semanal de pimentas ardidas – a grande
ingestão de pimentas ardidas está ligada a câncer de
estômago nas populações do México e da Índia".

"Por ora, se os homens com câncer de próstata querem
melhorar sua dieta, eles devem evitar comidas gordurosas,
devem comer menos carne vermelha e carne processada,
aumentar o consumo de peixe e comer uma variedade de
frutas e legumes todos os dias."

da BBC Brasil

O resultado deste estudo acaba por ser algo insipiente na
medida em que o chefe da equipa Chris tem dúvidas se
ísso vai efectivamente ajudar os afectados com o cancro
da prostata.

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