Todos os conhecidos implicados no "Apito Dourado", estão-se a rir na nossa cara e sobretudo e mais grave ainda na dos agentes que conduziram as investigações que deram origem à instrução deste processo porque pura e simplesmente a Lei os protege. Há muito que temos vindo afirmar que a promiscuidade existente entre políticos e dirigentes de futebol é inadmissível pelo que urge tomar medidas legislativas para por fim a este estado de coisas. Mas curiosamente ainda não foi agendada na Assembleia da República, para efeitos de discussão, qualquer projecto de Lei que, duma vez por todas, ponha fim à corrupção reinante no desporto rei.
E essa iniciativa não acontece porque como continuamos a assistir, alguns políticos quando saídos da formação dum qualquer governo e sem colocação numa qualquer administração dum Banco ou duma seguradora ou mesmo ainda dum empresa pública como a GALP, PT, etc., refugiam-se ou na Federação Portuguesa de Futebol ou num qualquer clube desportivo, para através das funções que ali possam exercer, servir-se das suas influências para colherem dividendos pessoais que contribuam para o seu enriquecimento. Naturalmente que essa gente, militante dos partidos com assento na Assembleia da República, não está minimamente interessada em que sejam criadas disposições legais que os impeçam praticar corrupção e através da mesma poderem melhorar substancialmente a sua situação económica. E como os que se prestam a estes papéis são amigos dos outros que se limitam no hemiciclo, abanar a cabeça ou levantar o braço para aprovar ou não um diploma cujo projecto seja submetido à apreciação, chegamos a esta situação caricata de existir matéria grave para procedimento criminal contra os envolvidos e estes estarem-se a rir por saberem da impossibilidade de tal poder vir a acontecer, face ao vazio legal.
Dá gosto sem dúvida viver neste País onde a classe política adoptou procedimentos muito semelhantes aos praticados em Itália.
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