Já mais que uma vez abordei esta questão mas confesso que me causa estranheza o facto de, embora se tenha registado alguma desaceleração na construção civil, ainda se regista na área da grande Lisboa um crescimento acentuado em matéria de construção de prédios em propriedade horizontal.
Conheço várias edificações concluídas já há vários meses, onde nem sequer um apartamento foi vendido e os preços continuam elevados. É sabido que todas as empresas de construção civil e obras públicas recorrem à banca para realizar os seus investimentos e os juros não são baixos. Não se compreende que uma empresa seja ela em nome individual ou sociedade conclua a construção de vários edifícios de apartamentos numa determinada urbanização ou bairro e consiga suportar uma espera de vários meses para realizar uma ou outra venda, continuando a suportar os encargos resultados dos elevados juros que a banca lhe cobra. Se é certo e isso não é da agora já é de vários anos que o custo da habitação resulta de dois factores, o valor do terreno que, por falta duma política correcta de solos cada uma vende ao preço que quer e o custo da construção normalmente este muitas vezes significativamente mais baixo do que a construção, atinge valores exorbitantes exactamente porque o valor do terreno é inflaccionado. Mas não se justifica nem se compreende que continuemos a assistir ao negócio imobiliário praticando-se valores absurdos e incompreensíveis para uma qualidade de construção que nem sequer é assinalável. Até quando iremos a assistir a isto.
3 comentários:
Dantes os preços eram altos por causa da ganância, hoje continuam altos para poderem pagar os juros ao banco.
Atá sábado. Um abraço. Augusto
Tenho vindo a visitar os blogs inscritos no jantar convívio do próximo sábado uma vez que pretendo conhecer as obras dos seus autores.
Agrada-me bastante o teu trabalho.
Fiz uma passagem pelos tuas anteriores postagens às quais comentei.
Então até sábado, com um abraço amigo
Pepe
De facto são questões que se me têm colocadoe tb me intrigam! Não compreendo porque não baixam, assim como suportam as despesas inerentes à respectiva construção que em alguns casos ocorreu há anos e mantêm-se por vender.
A meu ver, ninguém quer tomar a iniciativa de baixar consideravelmente a margem de lucro; talvez acreditem numa reviravolta no mercado.
Por outro lado, lembro-me daquele ditado "vais vale partir que quebrar" e acredito que haja quem esteja mto próximo da ruina e não mude de atitude.
Conheço um construtor que tem vários condomínios num total de 20 fogos, há quase 2 anos, dos quais apenas vendeu 4. Dizem que está praticamente com a "corda na garganta" e nem um cêntimo baixa!
Enfim, espírito de novo rico ... ou talvez um estado de "pobreza de espírito"
Resta desejar-vos um bom convívio no próximo Sábado, dia 14 de Abril :)
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