domingo, junho 10, 2007

As queixas por negligência médica sucedem-se neste País sem que seja conhecida qualquer reacção da respectiva ordem

Em todas as profissões se cometem erros porque "errar é humano". Não existe nenhum profissional que possa ter a veleidade de afirmar nunca ter errado ao longo do exercício da sua profissão e mais do que uma vez. Só que há erros que resultam em graves consequências e outros não. Como sabemos o exercício da profissão de médico implica normalmente graves riscos para um doente se for mal diagnosticada uma doença e sobretudo se for mal medicada. Os profissionais de saúde dispõem hoje de recursos na área do diagnóstico que outrora o chamado "João semana" não tinha, para lá de umas meras análises e radiografias, quase tendo que adivinhar por vezes a doença do paciente. Habitualmente nenhum médico se dispõe a fazer um diagnóstico sem estar na presença de todos os exames que acha necessário mandar efectuar ao doente, cometendo por vezes exageros que implicam elevados custos ao SNS. Os exames são por sua vez acompanhados de relatórios elaborados por especialistas o que de alguma forma contribui para que o médico consiga avaliar concretamente a enfermidade de que padece o doente, não se justificando hoje em dia o número de casos resultantes da negligência médica com desfechos trágicos para os doentes que dela são vítimas. Quanto à Ordem dos Médicos que paralelamente ao Ministério da Saúde se julga com poder para tutelar o exercício da actividade dos seus profissionais, nunca tivemos conhecimento que assumisse uma atitude de penalização para com qualquer um dos seus associados por ter cometido um ou mais actos de negligência médica de que resultasse a morte dum doente. A postura que lhe é conhecida é o ataque sistemático ao Ministério que tutela a classe, limitando-se apenas e só a defender a sua corporação que afinal é o sustentáculo da Ordem, tal como acontece aliás com qualquer outra estrutura sindical. É pois lamentável a todos os títulos esta postura da Ordem dos Médicos mas pelo exposto não é de estranhar. Cabe ao comum dos mortais saber-se defender perante a eventualidade de quando estiver doente e na presença dum médico avaliar pelo seu procedimento se efectivamente a sua conduta nos merece crédito por forma a ficar-mos tranquilos quanto à solução do nosso mal, face ao diagnóstico emitido e também à medicação prescrita para o seu tratamento. Quanto à ordem dos Médicos e sobretudo ao seu bastonário o defensor acérrimo da corporação, vamos continuar convictos de que os erros resultantes da negligência médica vão continuar a ser uma pratica comum sem actuação nem penalização dos respectivos profissionais.


3 comentários:

Pipinha disse...

Pois, e com isso lá se vai continuar na mesma...

PintoRibeiro disse...

Há mesmo algo de profundamente errado neste País.

Bom dia, boa semana, abraços,

augustoM disse...

Ordem profissional quer dizer confraria, onde os confrades se encombrem uns aos outros.
O problema não é da confraria dos médicos, mas confraria da justiça.
Haverá uma confederação de confrarias?
Um abraço. Augusto