sexta-feira, abril 20, 2007

A desfraldarem sempre esta bandeira parece-me que não se safam

Os líderes dos partidos da oposição, mais propriamente o PSD e o Bloco de Esquerda, têm por hábito utilizar a afirmação de que são inúmeros os licenciados que continuam no desemprego. Eles até sabem as razões desse facto, pois têm conhecimento dos cursos que se obtêm sobretudo de letras que não servem para nada senão espreitarem uma possibilidade de leccionarem através duma colocação como docente. Obviamente que a maioria das empresas privadas que operam em Portugal não necessitam ou melhor muito pouco necessitam de admitir para os seus quadros licenciados com os mais variados cursos de letras e mesmo até alguns outros de ciências. Daí não admirar que muitos licenciados se encontrem desempregados ou a desempenhar funções que nada têm que ver com a sua habilitação académica. Mas inclusivamente e nisso sejamos honestos, a maioria desses detentores de determinados cursos quando os escolheram já sabiam que o mercado de emprego não tinha nunca hipóteses de lho assegurar. Portanto não vale a pena viram estes senhores desfraldarem a bandeira da licenciatura, para afirmarem que os seus detentores são vitimas do desemprego assegurado, porque estes quando escolheram determinados cursos já sabiam à partida que essa era a sua única certeza, embora o não fosse para os seus progenitores, que o aceitaram e garantiram o seu custeamento.

1 comentário:

abrilistasanonimos disse...

Não resisto a esta via Público e diariodetrasosmontes.com :

Vara recorreu a instituto público para fazer casa particular

Armando Vara, quando era secretário de Estado adjunto do ministro da Administração Interna, recorreu ao director-geral do GEPI (Gabinete de Estudos e Planeamento de Instalações do MAI) e a engenheiros que dele dependiam para projectar a moradia que construiu perto de Montemor-o-Novo.

A notícia faz manchete na edição desta sexta-feira do diário Público, o qual, no seu artigo, afirma ainda que, para fazer as obras, o dirigente socialista serviu-se de uma empresa e de um grupo ao qual o GEPI adjudicava muitos dos seus concursos públicos.

Com 3500 contos (17.500 euros) o actual administrador da Caixa Geral de Depósitos e licenciado pela Universidade Independente tornou-se dono, em 1998, de 13.700 m2 situados junto a Fazendas de Cortiços, a três quilómetros de Montemor-o-Novo. Em Março de 1999 requereu à câmara o licenciamento da ampliação e alteração da velha casa ali existente.

O diário revela que o objectivo era fazer uma casa nova, com 335 m2, a partir de uma quase ruína de 171 m2. O alvará foi emitido em 2000 e a moradia, que nunca teve grande uso e se encontra praticamente abandonada, ficou pronta meses depois.

Já em 2005, Vara celebrou um contrato para a vender a um particular por 240 mil euros, mas o negócio acabou por não se concretizar.

Onde a história perde a banalidade, refere o Público, é quando se vê quem projectou e construiu a moradia: o projecto de arquitectura tem o nome de Ana Morais, os projectos de estabilidade e das redes de esgotos e águas foram subscritos por Rui Brás, as instalações eléctricas são da responsabilidade de João Morais e o alvará da empresa que fez a casa diz que a mesma dá pelo nome de Constrope.

A arquitecta Ana Morais era à época casada com António José Morais, o então director do GEPI, que fora assessor de Armando Vara entre Novembro de 1995 e Março de 1996.

Nessa altura, recorda o Público, António José Morais foi nomeado director do GEPI por Armando Vara - cargo em que se manteve até Junho de 2002 - e era professor de quatro das cinco disciplinas que deram a José Sócrates o título de licenciado em Engenharia pela UnI.

Quanto a Rui Brás e a João Morais, trata-se de dois engenheiros que trabalhavam (e continuam a trabalhar) no GEPI, o gabinete então dirigido por Morais e tutelado por Armando Vara nos ministérios sucessivamente dirigidos por Alberto Costa e Jorge Coelho.

Por esse gabinete, garante o diário, passavam as adjudicações de todas as empreitadas e aquisições de equipamentos destinados às forças de segurança e a todos os serviços dependentes do MAI, no valor de muitas dezenas de milhões de euros por ano.

Quanto à Constrope, era uma firma de construção civil sediada em Belmonte, que também trabalhava para o GEPI e tinha entre os seus responsáveis um empresário da Covilhã, Carlos Manuel Santos Silva, então administrador da Conegil - uma empresa do grupo HLC que veio a falir e à qual o GEPI adjudicou dezenas de obras no tempo de Morais. Santos Silva está também ligado a outras empresas, entre as quais a Proengel, um gabinete de projecto com o qual António Morais mantém relações profissionais através de uma das suas empresas, a Geasm.

O processo de licenciamento da moradia de Armando Vara foi coordenado pelo então director do GEPI, existindo na Câmara de Montemor-o-Novo um fax que o prova, em papel timbrado do gabinete do secretário de Estado adjunto do MAI, dirigido a António Morais para o fax 213147060, precisamente o número do seu gabinete.

Nesse fax, de 17/2/1999, a secretária de Vara escreve: «Conforme combinado com sua excelência o secretário de Estado adjunto do MAI, junto envio documentos referentes a Montemor-o-Novo.». Os documentos são as quatro folhas do registo predial da propriedade de Vara, necessárias para pedir o licenciamento.

Contactados telefonicamente para o GEPI, Rui Brás e João Morais começaram por, segundo o Público, negar qualquer ligação ao caso e acabaram a dizer que não falavam sobre o assunto. «Isso é com o director», disse João Morais.

Quanto a António Morais, Ana Morais, Armando Vara, Santos Silva e os actuais administradores da Constrope, não responderam aos recados ontem deixados pelo Público, c0nclui o diário.

, 2007-04-20

E a esta: porque razão não teve relevância a história de António Morais (desconhecido de Sócrates) ter ilegalmente ganho um concurso de aterro sanitário?
E Bigorne, em Lamego? Que fez Sócrates para abafar o escândalo de corrupção e avançar com o aterro a todo o custo?