A indignação da minha amiga Manuela

Tenho uma amiga que é técnica de serviço social e presta serviço numa junta da freguesia que não revelo o nome por razões óbvias, a qual está instalada em edifício próprio junto duma esquadra da PSP. Já não a via a algum tempo e hoje quando a vi perguntei-lhe se estava doente? Não respondeu-me ela estou muito aborrecida, nem imagina porquê. E então contou-me a causa do seu aborrecimento. Há dias, tendo estacionado o seu automóvel como habitualmente o faz no parque da junta, quando terminou o seu dia de trabalho verificou que o mesmo se encontrava amolgado. Indignada porque o seu autor não se deu ao trabalho de verificar sequer o dístico existente indicando ser o automóvel pertença dum funcionário da junta, mas ainda que este não existisse caso fosse alguém responsável e de bom senso deixaria um papel preso na escova do limpa-brisas denunciando-se como o autor do estrago causado. Mas não disso aconteceu. Então essa minha amiga investigou junto dos vizinhos se alguém porventura teria visto e neste País em que a cobardia pessoalmente é assumida de forma envergonhada, lá conseguiu saber que tinha sido o guarda da PSP, uma vez ter sido visto fardado a sair da sua viatura. Dirigiu-se então à esquadra onde supostamente o guarda prestava serviço e apresentou queixa ao respectivo chefe, sem antes ter verificado que efectivamente o automóvel do dito guarda se encontrava também danificado e com as marcas de tinta do seu automóvel, prova que tinha sido ele o autor da batida. A acrescentou com toda a legitimidade. Vê Raul, que excelente carácter têm alguns agentes de autoridade que nos anda a fiscalizar.