quarta-feira, junho 27, 2007

Que este país tem regredido socialmente ninguém tem dúvidas, mas a culpa é de quem?

De certeza absoluta que não é dos empregados. Este País sobretudo de há dez anos a esta parte tem vindo a regredir substancialmente do ponto de vista das condições sociais tendo Bagão Félix desferido com a introdução do Novo Código de Trabalho o primeiro golpe de misericórdia que este governo tenta agora o KO. Nem sequer necessito de conhecer outros casos para demonstrar a que ponto chegou o empresariado português neste País. Acerca de 5 anos o meu filho trabalhava numa empresa de multimédia onde começou com um ordenado ilíquido de 2.000 euros. Nunca cumpriu qualquer horário de trabalho porque chegava inclusivamente a fazer directas para acabar trabalhos, mas normalmente saía de madrugada do trabalho muito embora iniciasse por volta das 10 a sua actividade.
A empresa na altura possuía uma excelente carteira de clientes e a facturação tanto quanto lhe era dado verificar era significativa. E esta situação manteve-se durante um ano, mas como se tratava duma firma com três sócios e nestas coisas os procedimentos diferem um deles, ou seja aquele que mais presença marcava na firma, foi exibindo a sua ostentação e como resultado, porque normalmente quando isto acontece trás consequências, os lucros da empresa foram baixando, embora a facturação além de não diminuir aumentava, começou a convocar os seus colaboradores melhor remunerados para lhes propor invocando dificuldades de tesouraria baixar-lhes as remunerações. E assim aconteceu ao meu filho reduziu-lhe o vencimento para 1.500 € mensais mas avisando-o logo que se fosse necessário este valor seria revisto. Face a este procedimento o meu filho deixou de estar disponível todas aquelas horas que fazia inclusivamente altas horas da noite e madrugada dentro praticando apenas e só o horário normal. Foi passado algum tempo chamado porque estava a proceder de forma diferente daquele em que inicialmente tinha sido contratado e a resposta foi imediata. Claro o quê que estava à espera depois de me ter tirado o estímulo pelo qual me esforçava para meter dinheiro na firma com o meu trabalho foi-me reduzido o vencimento em 500 € estava à espera que eu continuasse a sacrificar-me. Obviamente que logo a seguir foi chamado pelo mesmo sócio gerente dado que os outros dois nem sequer lá apareciam limitando-se a receber o seu quinhão, para ser informado que o seu ordenado iria ser baixado para 1000 euros. Claro que a resposta do meu filho foi imediata, porque entretanto já estava à espera que isto acontecesse e procurou imediatamente outro emprego e só estava à espera da sua desvinculação, não se preocupe porque vou-me embora, após dar os dias à firma a que sou obrigado. Há dias perguntei-lhe se tinha conhecimento se a firma onde tinha trabalhado ainda estava a laborar. Não fechou, pouco tempo após eu ter saído. Pois bem, fiz questão de narrar este episódio da vida real para demonstrar que é falsa a ideia que querem fazer passar de que as empresas em Portugal só serão competitivas se os empregados se sujeitarem a mais sacrifícios ou seja permitirem a redução dos seus vencimentos e o aumento do número de horas de trabalho. Isso é uma falsa questão, porque o objectivo é unicamente o enriquecimento mais acelerado dos empresários. De resto e como acima descrevi o meu filho enquanto auferia um ordenado bastante razoável não teve nunca qualquer dúvida, tal como não o terá qualquer outro trabalhador em trabalhar para além do seu horário de trabalho porque se sente estimulado, o contrário é que nem pensar.

1 comentário:

PintoRibeiro disse...

Da ranchada pós 25. Os herdeiros da dita. À esquerda e à " direita ".
Abraço,