sexta-feira, dezembro 30, 2005
Após o hesitante mandato
do Reino Unido diante do
blocoeuropeu, os austríacos
assumem a presidência do
Conselho da UE por seis
meses. Sob o lema: 'Mais
confiança, mais clareza,
mais impulso'.
Sucedendo Luxemburgo e o Reino Unido, a Áustria
assume, em 1º de janeiro de 2006, a presidência rotativa
do Conselho da União Européia pelos próximos seis meses.
Presidir os diversos conselhos de ministros e cúpulas da
UE permitirá ao país estabelecer seus próprios focos
temáticos nas discussões do bloco – ao lado dos temas
atuais.
A ministra austríaca das Relações Exteriores, Ursula
Plassnik, sintetiza em três desejos suas expectativas
para o primeiro semestre de 2006: "Mais confiança,
mais clareza e mais impulso".
Depois do orçamento, de volta aos grandes temas
O chanceler federal da Áustria, Wolfgang Schüssel,
comenta que após o consenso sobre o orçamento da UE
até 2013 (alcançado durante o encontro de cúpula de
Bruxelas, em meados de dezembro), estaria na hora de
voltar-se para os grandes temas: a Constituição do bloco,
sua razão de ser e os limites da ampliação.
O político conservador acrescenta que uma repetição do
debate financeiro de 2005 seria um "suicídio" para a UE.
Esta necessita de fontes próprias de impostos e
financiamento, para não mais depender da misericórdia
de chefes de Estado e governo.
José Manuel Durão Barroso, presidente da Comissão da
UE, partilha desta opinião: "Acho que podemos entrar
em 2006 com mais otimismo, concentrar-nos em coisas
mais importantes para nossos cidadãos, ou seja,
crescimento e oportunidades de trabalho".
A Constituição da UE
'Constituição da UE: muuu!'A Áustria pretende reaquecer
a discussão sobre a constituição da UE, rejeitada em
plebiscito pela população da França e da Holanda.
"Nessa questão, não chegaremos a nada com táticas
cosméticas. Assim não faremos jus à dimensão do tema",
afirma Plassnik.
A chanceler federal alemã, Angela Merkel, já se
pronunciou contra mudanças no texto da Constituição,
já ratificado pela Alemanha. A democrata cristã defende
uma declaração suplementar relativa a aspectos sociais.
Porém a Áustria não apresentará receitas prontas,
adverte Plassnik: seu país pode, no máximo, propiciar
um bom terreno para o debate constitucional. Uma
nova rodada pela ratificação só será possível após novas
eleições na França e na Holanda – portanto não antes
de 2007.
"A expectativa de que agora agiremos sozinhos como
prestidigitadores, ou diretores criativos da Europa, não
se realizará. Pelo contrário, abordaremos essa tarefa
com um olho no que é realizável", declarou a ministra
austríaca.
O problema turco
Mulheres turcas numa feira em VienaDo ponto de vista
da política externa, a Áustria pretende, enquanto
presidente da UE, manter o foco nos Bálcãs.
A proximidade geográfica e histórica entre o país e a
península no sudeste europeu já explica essa opção.
Da Croácia à Macedônia, os países balcânicos precisam
ser integrados à UE, cada um a seu modo.
Plassnik combateu durante longo tempo as negociações
para o ingresso da Turquia no bloco europeu, um passo
que, no entanto, a UE finalmente decidiu dar em outubro
passado. A ministra ainda não sabe dizer se será
justamente seu país a encerrar as primeiras negociações
práticas com Ancara:
"Ainda é muito cedo para julgar se inauguraremos a
primeira rodada de conversações já no primeiro semestre",
esquivou-se a ministra. Antes de tudo, é necessário
aguardar para ver se a Turquia implemetará a união
alfandegária com a UE, reconhecendo o Chipre como
país-membro.
Caso isso não aconteça, a Áustria está mais do que
disposta a transferir o tema Turquia, internamente
tão controverso, a sua sucessora na presidência da UE.
No segundo semestre do ano, é a Finlândia que assume
o posto.
Da Deutsche Welle
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1 comentário:
por acaso a presidência inglesa passou despercebida, não fôra as dificuldades do orçamento europeu...
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