O ritual do disparate
Todos os anos é sempre assim e pelos vistos assim irá
continuar. Na quadra de Natal é costume reunirem-se os
elementos de família mais chegada o que não deixa de ser
um encontro agradável que só se repete no conjunto das
mesmas pessoas no ano a seguir. Até aqui nada de
criticável parece existir, só que esta reunião que se prolonga
para lá da meia-noite, é essencialmente preenchida com a
ingestão de alimentos extremamente calóricos, que,
com excepção do bacalhau cozido com batatas e hortaliça,
os fritos, doces e outras iguarias que constituem a ceia do
Natal, contribuem para além das bebidas com que se
acompanham os alimentos comestíveis, para empanzinar
todos os participantes. Começando o ritual no jantar e
ceia do dia 24, acabando no dia 25 por vezes com algumas
dores de cabeça, mal-estar de estômago e até perturbações
na vesícula e fígado tudo isso graças aos efeitos produzidos
pelos excessos cometidos alguns dos quais quando utilizados
ao volante dum automóvel, chegam a representar um elevado
risco para os ocupantes acontecendo mesmo nalguns casos
mortes por acidente de viação. E isto repete-se anos a fio
porque a sociedade convencionou que Jesus nascido tão
pobremente que teve de ser aquecido pelo bafo dos animais
do estábulo acharam por bem comemorar este acontecimento
bíblico, empanturrando-se de comer e de beber até ao ponto
de lhes causar indisposições. Não estaremos afinal
perante um ritual do disparate, parece-me bem que sim.
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