Sob o título “Acontece” o meu amigo Zecadanau, aborda a
questão do lamentável desfecho das rádios locais.
Pessoalmente, o desaparecimento de inúmeras rádios locais
não me surpreende e explico porquê. Como é sabido a
concessão de alvarás de radiodifusão local visava a
contribuição para o seu desenvolvimento. Ora um dos
motores do desenvolvimento local é exactamente a
respectiva autarquia. Isto porque normalmente é o maior
empregador e além disso através da política do betão faz
disso a sua bandeira de desenvolvimento. Ora, como o
poder local está enfeudado às forças políticas que têm
alternadamente exercido o poder, de imediato passaram
a exercer o seu poder nas rádios locais, porque estas só
com a publicidade que iam angariando localmente não
tinham hipóteses de sobreviver, passando a depender de
subsídios da autarquia para o conseguir. Rapidamente o
público local, naturalmente os seus rádio ouvintes,
deixaram de acreditar nas boas intenções da sua Rádio
Local e esta além de ir perdendo audiência para as
tradicionais rádios nacionais, deixaram de interessar aos
próprios anunciantes. E o resultado está à vista. Tal como
apareceram em quantidade, as rádios locais estão a
desaparecer porque não têm hipótese de sobreviver.
E citando o Zeca, Acontece que, este fenómeno do
aparecimento e desaparecimento das rádios locais, vai ser
igualmente alargado às televisões, logo que se verifique
um boom na adesão de portugueses à Internet e a sua
constatação de que para se recrearem, cultivarem e se
inteirarem da informação, não necessitam minimamente
de ver televisão.
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