sexta-feira, julho 28, 2006

A existência do contingente das Nações Unidas estacionado no sul do Líbano desde 1978 está em xeque.




Não é necessário concordar
com a interpretação do
secretário-geral da ONU,
Kofi Annan, que viu no
bombardeio de Israel a um
posto da Força Provisória das
Nações Unidas no Líbano (Unifil) um "ataque coordenado".
Mas os quatro observadores da Unifil mortos no bombardeio
representam uma dura derrota para a missão das Nações
Unidas no Líbano, cujo mandato, que se encerra na próxima
segunda-feira (31/07), deverá ser postergado por mais um
mês, por determinação do Conselho de Segurança.

Mas uma prorrogação do mandato por um prazo maior é
pouco provável e até mesmo descabida. "A Unifil não tem
futuro, pois custou dinheiro e não teve resultados", criticou
Michael Wolffsohn, especialista em Oriente Médio da
Universidade das Forças Armadas em Munique.

Provisória

Mapa mostra a região de atuação da UnifilPlanejada para
ser provisória, como indica o nome, a Unifil mantém
soldados no sul do Líbano desde março de 1978, logo depois
que tropas israelenses invadiram a região. O objetivo da
missão da ONU era vigiar a retirada das tropas de Israel,
restaurar a paz e auxiliar o governo libanês a recuperar sua
autoridade na região. No início, havia até 7 mil soldados
estacionados no sul do Líbano. Hoje, o contingente é formado
por menos de dois mil militares provenientes da China,
França, Gana, Índia, Irlanda, Itália e Polônia.

Por princípio, os capacetes azuis da ONU são apenas
observadores, e, dessa forma, a Unifil não pôde fazer muito
para impedir a violência no Oriente Médio. "As Nações
Unidas nunca estiveram em condições de cumprir sua
missão", afirma John Bunzl, especialista em Oriente Médio
do Instituto de Política Internacional de Viena.

'Mal-entendidos'

Os quatro capacetes azuis mortos esta semana não são os
primeiros vitimados pelo conflito. "Há uma série de 'mal-
entendidos' semelhantes a esse entre Israel e a Unifil",
afirma Bunzl. Desde o começo da missão, a força já perdeu
257 colaboradores, mais de 80 deles em ataques.
Tragicamente famosa se tornou a operação militar "Vinhas
da Ira", na qual Israel atacou por engano um posto da
Unifil na cidade libanesa de Cana em 1996. Mais de cem
civis morreram.


Ataque israelense a Cana em 1996Apesar desse retrospecto
desastroso, Annan não considera a missão no Líbano como
totalmente perdida. Ele defende a manutenção da missão
com um "mandato mais robusto". Ou seja, os soldados da
ONU passariam a atuar com armas pesadas para vigiar um
possível cessar-fogo. Nesta quarta-feira (26/07), em Roma,
o secretário-geral repetiu essa sugestão na conferência que
discutiu a situação do Oriente Médio.

Bunzl também é favorável ao envio de uma missão de paz
da ONU à região. "Devemos apoiar tudo o que colabora
para diminuir as vítimas de ambos os lados", afirmou.
Mas Wolffsohn é cético quanto ao sucesso de uma missão
de paz. "Elas nunca conseguiram impedir um conflito."

Ele considera a discussão em torno do envio de uma missão
de paz irresponsável e sem sentido do ponto de vista
histórico. "O cemitério da história está cheio de pessoas
mortas nessas missões." Para ele, uma ação do tipo só faria
sentido se fosse ao encontro das expectativas das pessoas
atingidas pelo conflito.

Israel e a Otan

Já Israel não quer saber de uma missão de paz. Em Roma,
o governo israelense voltou a defender a presença de uma
tropa da Otan no sul do Líbano. Aparentemente, na
esperança de que os soldados ocidentais apóiem seus
objetivos na região. "Israel trabalha para a completa
eliminação do Hisbolá", afirma Bunzl. "E, infelizmente,
experimenta o apoio dos Estados Unidos, que agem segundo
o princípio: 'deixe eles fazerem o serviço'."

Depende das Nações Unidas decidir se, diante dessas
condições, querem realmente correr o risco de prorrogar
ou mesmo renovar o mandato da Unifil. Nesse caso, a
ocorrência de novos "mal-entendidos" entre os capacetes
azuis, de um lado, e os inimigos de guerra, do outro, já são
previsíveis.

da Deutsche Welle

Por aqui se conclui que Israel não respeita nada nem
ninguém mesmo no âmbito das Organizações
Humanitárias.

3 comentários:

folhasdemim disse...

Países em guerra com interesses à mistura nunca respeitam ninguém..
Betty

Diogo disse...

Os assassinos não querem testemunhas:

Maior atentado à ONU da história mata, em Bagdá, o embaixador brasileiro Sérgio Vieira de Mello e levanta dúvidas sobre o papel dos EUA na reconstrução do Iraque.

http://www.aprendebrasil.com.br/noticiacomentada/030820_not01.asp

Marlene Maravilha disse...

O que pensas sobre Israel, tirando fora esta guerra? O que achas do povo judeu e sua história?
Consegues ver algo espiritual ou achas uma tremenda bobagem?