quinta-feira, agosto 17, 2006

Com a trégua estabelecida entre Israel e o Hezbollah aumentando as esperanças de paz no Líbano, a atenção agora se volta para a próxima tarefa








Como reconstruir o país e como pagar por isso.

Durante o conflito líderes de vários países prometeram auxílio assim que os confrontos fossem encerrados, não apenas com ajuda humanitária mas também ajudando na reconstrução.

Agora a ajuda será cobrada.

O presidente da Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali, defendeu a realização de uma reunião de emergência dos líderes árabes, pedindo apoio coletivo para a reconstrução do país.

A Suécia assumiu a liderança dos países ocidentais organizando uma conferência de doadores para o dia 31 de agosto da qual devem participar 60 países e agências de ajuda.

"A comunidade internacional precisa dar seu apoio à recuperação do Líbano e ao povo libanês, que foi gravemente afetado", disse o ministro do Exterior sueco, Jan Eliasson.

Pesadelo

Ainda não existe um cálculo mais preciso dos custos da reconstrução do Líbano.

O que se sabe é que os US$ 50 bilhões investidos na última década para reconstruir o país depois da guerra civil (1975-1989) foram gastos em estradas e linhas de fornecimento de eletricidade, escolas e centros esportivos, hospitais e aeroportos.

Boa parte desta infra-estrutura agora está em ruínas.

"Grandes áreas no sul e em Beirute foram destruídas. Reconstruir a infra-estrutura, reconstruir 600 quilômetros de estradas que foram destruídas, reconstruir 150 pontes, tudo isso dará uma grande conta", disse Graham McKay, da organização humanitária Oxfam.

O governo do Líbano estima que o dano à infra-estrutura ficou em cerca de US$ 2,5 bilhões.

Além da questão econômica, realizar o trabalho será um pesadelo logístico que vai ocupar uma força de trabalho preciosa, além de precisar de energia elétrica que, em muitos casos, não está disponível.

Também será necessária a reconstrução de casas e prédios públicos para permitir que a população volte para suas comunidades.

O Ministério da Economia afirma que um em cada cinco de um grupo de 1 milhão de refugiados perderam suas casas devido ao confronto e estima que o custo total devido ao dano causado a residências poderá ser ainda mais alto do que o custo registrado durante a guerra civil.

Comércio

A construção do sector comercial do Líbano também será uma tarefa enorme a longo prazo.

Dezenas de fábricas foram destruídas em bombardeios nas últimas semanas.

Canteiros de obras de empresas e outros prédios comerciais foram abandonados e investidores estrangeiros fugiram.

Para a indústria do turismo, que no início de julho previa 1,6 milhão de visitantes ao país em 2006, não há esperanças de uma recuperação rápida.

Como conseqüência o Líbano encontrará grandes dificuldades para administrar as dívidas de US$ 35 bilhões.

O governo estava planejando reformas econômicas incluindo a privatização dos setores de energia elétrica e telecomunicações, aumento de impostos e uma política orçamentária mais severa. Estes planos foram cancelados.

Poucos esperam o retorno aos bons tempos, no início da década de 1970, quando o Líbano ainda era um centro bancário e de comércio.

Oportunidade

Mas existem os que esperam que os esforços de reconstrução se transformem em uma oportunidade comercial.

O pagamento de uma operação de reconstrução depois de uma guerra costuma envolver a retirada de dinheiro de um lugar para ser colocado em outro, e o mercado de acções dá uma ótima indicação de quem deve sair ganhando.

Acções de companhias fabricantes de cimento e aço subiram e investidores prevêem que a demanda por estes produtos vai aumentar.

"Talvez as companhias de cimento e aço poderão exportar muito para o Líbano, aproveitando esta iniciativa de paz", disse Yasser Hassanein, da consultoria Dynamic Securities, do Egito.

Para o povo do Líbano, o sofrimento está longe do fim. Para os que estão reconstruindo um país devastado, a verdadeira luta está apenas começando.

da BBC Brasil

A solução da reconstrução será fácil e simples de resolver. Deverá ser no quadro da ONU Israel obrigado a assumir as responsabilidades dessa reconstrução. Quanto à destruição causada pelo Hesbollah em território israelita, deverá ser este movimento de guerrilha a arcar com essa responsabilidade.

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