quarta-feira, agosto 23, 2006
Mudanças climáticas podem levar a mais epidemias de peste bubônica na população humana, segundo informações de um estudo.
Pesquisadores descobriram que a bactéria que causa a doença pode se tornar mais comum depois de primaveras mais quentes e verões com mais chuvas.
A doença ocorre naturalmente em várias partes do mundo e equipes de pesquisadores esperam que sua descoberta possa ajudar autoridades a limitarem o risco de futuras epidemias.
A pesquisa foi publicada na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.
Acredita-se que a bactéria Yersinia pestis tenha sido a causa da Peste Negra, que matou mais de 20 milhões de pessoas durante a Idade Média.
Cazaquistão
A equipe internacional de cientistas, que concentrou suas pesquisas no Cazaquistão, afirmou que a doença é comum entre populações de roedores.
Escrevendo para a revista, um dos autores da pesquisa Nils Stenseth, da Universidade de Oslo, afirmou: "As regiões desertas da Ásia central são conhecidas por ter vários focos da praga onde o grande gerbil (ou Esquilo da Mongólia, o roedor Rhombomys opimus) é o seu hospedeiro."
"Transmissão da peste exige abundância de hospedeiros e um número suficiente de pulgas ativas como vetores transmitindo a bactéria da peste entre os hospedeiros", afirmou Stenseth.
Pulgas ficam ativas quando as temperaturas ultrapassam 10° C. Uma primavera mais quente significa que a procriação das pulgas começa mais cedo.
A população de pulgas continuou a crescer quando a primavera foi seguida de um verão mais úmido, com mais chuvas, segundo o pesquisador.
A combinação das condições climáticas das duas estações levou a um aumento no número de insetos que alimentam o gerbil, resultando numa maior transmissão da peste.
O estudo mostrou que apenas 1°C de aumento na temperatura durante a primavera levou a um aumento de 59% na prevalência da doença.
A maior prevalência da peste entre os animais silvestres da região aumentou o risco das populações humanas locais se infectarem.
A cada ano mais de 3 mil casos de peste bubônica entre humanos são relatados na Ásia, partes da África, Estados Unidos e América do Sul.
Padrões climáticos
Os pesquisadores estudaram dados a respeito de gerbils infectados, contagem de pulgas e padrões climáticos entre 1949 e 1995.
O professor Stenseth afirmou que suas descobertas também vão ajudar a esclarecer dúvidas a respeito das duas piores epidemias de peste bubônica: a Peste Negra na Idade Média e a pandemia na Ásia, no século 19, que mataram dezenas de milhares de pessoas.
"Análises a respeito do clima mostram que as condições durante a epidemia de Peste Negra (1280-1350) foram mais quentes e com mais chuvas", disse.
"O mesmo ocorreu durante a origem da Terceira Pandemia na Ásia (1855-1870) quando o clima era mais úmido e passou por uma tendência mais quente", acrescentou.
O professor afirmou que as recentes mudanças no clima da região sugerem que primaveras mais quentes estão se tornando mais freqüentes, aumentando o risco de infecções entre humanos.
da BBC Brasil
Já dispomos de epidemias suficientemente mortíferas para aparecer mais uma para ajudar ao nosso extermínio, esta por exclusiva culpa de todos nós, pelas agressões sucessivas ao meio ambiente
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário