Acabei agora de ouvir a notícia das 100 personalidades mais ricas de Portugal. E isso motivou-me de imediato a publicar este post. No tempo da outra senhora, ou seja na época da didatura salazarista, existiam 12 familias muito ricas no nosso País e o restante povo vegetava em seu redor. Esses ricalhaços, Cupertino de Miranda, os Mellos, Champalimaud, Henrique Tenreiro, etc. etc., eram o sustentáculo do governo de Salazar e quando este morreu, sendo substituído por Marcelo Caetano, pelo menos na época isto chegou a constar, ele tentou, acabar com a polícia política, só não conseguindo porque estes capitalistas foram junto dele e disseram-lhe que se cometesse esse erro eles de imediato transfeririam as suas fortunas para o estrangeiro. Óbviamente que, Caetano, perante uma tal ameaça, recuou na sua anunciada intenção, limitando-se apenas a mudar de rótulo à PIDE, passando esta a designar-se DGS.
Com o 25 de Abril e sem querer ser repetitivo, esses capitalistas que tinham fugido para o Brasil, passado algum tempo, regressaram e foram substancialmente indemnizados pelo Estado, ficando ainda mais ricos do que até então eram, foi o caso de António Champalimaud.
Aliás foram só estas as consideradas vítimas da revolução de Abril, com direito a indemnização, porque todos os residentes nas ex-colónias que perderam todo o seu património, não tiveram até hoje qualquer compensação, quando por exemplo ainda hoje a França que descolonizou muito antes de Portugal, continua a pagar através de acordos que estabeleceu com a Argélia, as indemnizações, ajustadas com os colónos franceses que naquele território possuiram as suas empresas.
A revolução indiscutívelmente devolveu ao povo a liberdade de expressão, mas apenas isso, o modelo de sociedade, manteve-a e ao longo destes 32 anos de democracia os ricos passaram duma dúzia para uma centena, mas os pobres além de terem aumentado agora temos 3.000 sem abrigo, a dormir em vãos de escada, nos bancos dos jardim e nos mais variados locais onde isso lhes é permitido.
Face a isto, podemos concluir que, o balanço desta democracia, é muito mais negativo
do que positivo, tendo em vista a melhoria de vida da população em geral e todas as dificuldades que muitas familias atravessam presentemente.
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