sábado, janeiro 27, 2007

A solução vence-nos mas o argumento não convence

O 1º. Ministro anunciou recentemente, baseado no argumento de que é preciso tomar medidas para melhorar-mos o meio ambiente, que o Imposto Automóvel vai ser agravado no início do 2º. semestre deste ano em 30% e no próximo ano em 60%, com vista a obrigar os portugueses que compram automóveis a optar por soluções menos poluentes. Ora é sabido que actualmente a alternativa que se nos oferece em termos de compra de carro novo são os automóveis que funcionam com baterias e para além da marca Honda, pouca mais oferta temos no mercado, sendo que esses veículos são incomparavelmente mais caros que os de funcionamento a combustíveis fósseis. O GPL que já se começa a funcionar como segunda alternativa, não vem instalado nos carros novos e a sua opção obriga a que os seus proprietários sejam obrigados a pagar a sua modificação a qual corresponde a um custo acrescido de mais de mil euros.
Não são pois os detentores de automóveis movidos a combustíveis fósseis os responsáveis pela poluição atmosférica, mas sim os governos que tem havido em Portugal.
Isto porque se preocupam apenas e só com a receita dos Cofres do Estado através da cobrança do Imposto Automóvel, aliás única pratica usada no nosso País que tem motivado a sua penalização pela UE por ser um imposto considerado ilegal no seu âmbito, mas paga a coima, a receita sobrante é compensadora. Mas como senão bastasse o referido imposto os automobilistas são ainda sacrificados a pagar o ISP Imposto Sobre os Produtos Petrolíferos cujo valor arrecadado em cada litro é superior ao valor do combustível no referido posto de abastecimento. Uma das medidas tomadas no governo de Durão Barroso foi a liberalização do preço dos combustíveis, que António Guterres sempre se negou fazê-lo, porque já se sabia o resultado. E este confirmou-se, a existência a partir dessa altura do cartel das gasolineiras tendo os preços dos combustíveis disparado de forma abrupta face aos aumentos do barril de petróleo. Surgiu ao nível dos transportes públicos o biodiesel, que como se sabe é um combustível composto não sendo em si mesmo uma alternativa melhor que por exemplo o Etanol, através do qual o Brasil já assegura 25% da sua necessidade energética e outros países latino-americanos estão a adoptar idêntica solução e até os EUA, cujo modelo económico Portugal e a UE copia, está segundo o seu presidente anunciou a encarar a hipótese da sua implementação.
Nós estamos totalmente dependentes dos países produtores de petróleo e a sua importação tem uma significativo peso na nossa balança de pagamentos. Não seria mais lógico que o governo em vez de agravar o Imposto Automóvel, em prejuízo de quem compra automóvel e do ambiente, resolve-se não no âmbito da PAC, porque a UE também não demonstra estar preocupada em reduzir a emissão de gases de efeito estufa, por isso não toma medidas conducentes à sua redução porque também possui várias companhias petrolíferas e não lhes interessa reduzir os seus lucros, mas dizia, não estaria na altura de Portugal passar a incentivar a produção de beterraba ou mesmo e porque não queimando-se como se queima todos os anos milhares de hectolitros de álcool proveniente do mosto das uvas, passando os automóveis a consumir "Etanol".
Mas claro isso não interessa ao governo porque teria de desagravar de imposto os automóveis e e receita do Estado baixava. Por conseguinte senhor 1º. Ministro a solução encontrada vence-nos porque temos de acatá-la, mas o argumento não convence porque nem o seu governo nem os que o precederam assumiram ou querem assumir uma verdadeira política de protecção do ambiente, vocês querem é receita para o Cofres do Estado independentemente das consequências causadas pelo contínuo uso de combustíveis fósseis e a continuidade da destruição do meio ambiente.

2 comentários:

José Manuel Dias disse...

...decidir é sempre uma qualidade...Cumps

A. João Soares disse...

O Estado tem sido transformado num carrasco da população em vez de a organizar e defender para ser mais feliz. Os políticos primam pela incompetência para governar e apenas se preocupam por se governar, por defenderem os interesses próprios da oligarquia que se renova e transforma nas cadeiras dos gabinetes, sempre com elementos da minoria que se considera uma elite e se auto-intitula de «classe política».
Para compreender este fenómenos d retirar o máximo aos cidadãos para os políticos terem as máximas regalias, basta ver quanto o Estado nos retirou a mais com os recentes aumentos de impostos e procurar descobrir os benefícios daí resultantes.
Convido a uma visita ao blog Do Mirante http://joaobarbeita.blogspot.com
onde se encontram alguns alertas à população no sentido deste texto
Um abraço
A. João Soares