Este cronista do "Público" muito controverso aliás nalgumas das suas crónicas publicou ontem sob o título "A evidência", com a qual não poderia estar mais de acordo por a mesma espelhar a realidade do ensino no nosso País pese embora possa doer e muito a alguns docentes que preenchem os quadros das escolas públicas. E a visão está correcta quando ele refere serem normalmente os filhos dos ricos ou da classe média alta, que conseguem concluir as suas licenciaturas nalguns cursos cujas médias de ingresso são elevadas, porque os seus pais têm a preocupação de os colocar logo no ensino básico, em colégios de qualidade em que os seus proprietários recrutam para os seus quadros o que há de melhor a nível de docência para através disso estar garantido o negócio dada a sua elevada frequência de alunos. E depois de concluído o ensino básico mantêm-nos nos colégios até conclusão do ensino secundário e então só depois deles obterem as médias necessárias para ingressarem no ensino superior os colocam nas universidades públicas, porque aqui a situação em relação ao privado inverte-se. Não com a eloquência com que Vasco Pulido Valente ontem o fez mas em abordagens sobre esta matéria também tenho referido que embora existam no ensino público docentes de excelente qualidade profissional, ressalvando estes, os quais normalmente até reconhecem a necessidade de modificar os programas de ensino, proliferam no ensino público docentes de qualidade medíocre os quais são responsáveis pelo insucesso escolar de muitos alunos que inclusivamente acabam por desistir de estudar. Eu por experiência própria falo em relação à minha filha mais nova que teve a infelicidade, ela e todos quantos com ela estudaram no ensino básico de ter uma professora que nos motivou várias vezes protestos junto do conselho directivo da escola face à sua notória má qualidade profissional e cujos resultados foram nulos.
Mas é fácil aos sindicatos dos docentes e porque não aos próprios docentes, com a conivência dos encarregados de educação, acusar sistematicamente o Ministério da Educação da ineficácia do ensino público e de todos os males que deles resultam. Ora o programa de ensino que é ministrado no sector privado que em termos de ranking é considerado de elevada qualidade é exactamente o mesmo que é ministrado no ensino público e se neste o insucesso escolar é notoriamente elevado será que os sindicatos desta classe profissional consegue convencer alguém de que a culpa é dum qualquer Ministro da Educação. Sejam honestos e ao menos façam uma correcta avaliação dos motivos e apresentem-nos conclusões porque chegarão às mesmas que qualquer um de nós, já chegou. Um mau profissional a leccionar durante sua carreira pode prejudicar ao longo da mesma muitas centenas de alunos, se não houver instrumentos para evitar que ele continue a exercer a sua profissão em detrimento dos seus alunos.
1 comentário:
Somos 2. Depois dizem que o VPV é azedo e pessimista. Pois.
Abraço,
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