segunda-feira, novembro 07, 2005

Depois de 11 dias de confrontos, em que milhares de
carros foram queimados, além de escolas e outros
estabelecimentos, o jornal Le Figaro afirma nesta
segunda-feira que os choques no país são "infecciosos".


O Le Figaro diz que os choques se espalharam por várias
províncias francesas durante o final de semana apesar dos
pedidos do governo de calma e do trabalho feito por
organizações nos subúrbios franceses.

O Liberation pede em sua edição desta segunda-feira que
seja restabelecida a lei e a ordem.

O jornal francês afirma que o temor da população a respeito
da capacidade do governo de conter os choques pode se
transformar em pânico, frente ao "crescente número de actos
de extrema violência".

O jornal acrescenta que "quando as pessoas se sentem
abandonadas como neste caso, teme-se que elas mostrem reações,
individuais ou coletivas, que visam sua defesa a qualquer preço".

Dúvida

Já o Le Monde afirma que os choques colocam em dúvida o
modelo social francês.

Segundo o jornal, "a França se considera o país onde
nasceram os direitos humanos e um santuário do modelo social
generoso que está se mostrando incapaz de assegurar condições
de vida decentes para jovens franceses", que são os descendentes
dos imigrantes que contribuíram para o sucesso econômico da
França depois da 2ª Guerra Mundial.

O jornal espanhol ABC afirma que o objetivo do
primeiro-ministro Dominique de Villepin, ao convocar a reunião
extraordinária no sábado, era evitar que a "onda de choque" da
violência nos subúrbios de Paris se espalhasse para as províncias.

Mas, para o jornal, "é tarde demais para chamar os bombeiros".

O ABC afirma que "de Bordeaux a Nice, de Strasbourg a Rennes,
a França foi incendiada pelo ressentimento racial que o governo
de Villepin não é capaz de extinguir".

O jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung faz elogios e
críticas às táticas do ministro do Interior francês, Nicolas
Sarkozy, que, no início dos choques, chamou os responsáveis
de "escória".

Para o jornal não foi inteligente da parte do ministro falar
de "gangs urbanas expressando raiva ao invés de racionalidade
política".

"Mas suas táticas de restaurar a lei e a ordem primeiro, antes
de lidar com o problema maior, está certa", acrescentou o
jornal alemão.

Notícia da BBC Brasil

E a violência vai continuar porque o governo francês não tem
soluções imediatas para evitar que a mesma continue

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