Depois de 11 dias de confrontos, em que milhares de
carros foram queimados, além de escolas e outros
estabelecimentos, o jornal Le Figaro afirma nesta
segunda-feira que os choques no país são "infecciosos".
O Le Figaro diz que os choques se espalharam por várias
províncias francesas durante o final de semana apesar dos
pedidos do governo de calma e do trabalho feito por
organizações nos subúrbios franceses.
O Liberation pede em sua edição desta segunda-feira que
seja restabelecida a lei e a ordem.
O jornal francês afirma que o temor da população a respeito
da capacidade do governo de conter os choques pode se
transformar em pânico, frente ao "crescente número de actos
de extrema violência".
O jornal acrescenta que "quando as pessoas se sentem
abandonadas como neste caso, teme-se que elas mostrem reações,
individuais ou coletivas, que visam sua defesa a qualquer preço".
Dúvida
Já o Le Monde afirma que os choques colocam em dúvida o
modelo social francês.
Segundo o jornal, "a França se considera o país onde
nasceram os direitos humanos e um santuário do modelo social
generoso que está se mostrando incapaz de assegurar condições
de vida decentes para jovens franceses", que são os descendentes
dos imigrantes que contribuíram para o sucesso econômico da
França depois da 2ª Guerra Mundial.
O jornal espanhol ABC afirma que o objetivo do
primeiro-ministro Dominique de Villepin, ao convocar a reunião
extraordinária no sábado, era evitar que a "onda de choque" da
violência nos subúrbios de Paris se espalhasse para as províncias.
Mas, para o jornal, "é tarde demais para chamar os bombeiros".
O ABC afirma que "de Bordeaux a Nice, de Strasbourg a Rennes,
a França foi incendiada pelo ressentimento racial que o governo
de Villepin não é capaz de extinguir".
O jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung faz elogios e
críticas às táticas do ministro do Interior francês, Nicolas
Sarkozy, que, no início dos choques, chamou os responsáveis
de "escória".
Para o jornal não foi inteligente da parte do ministro falar
de "gangs urbanas expressando raiva ao invés de racionalidade
política".
"Mas suas táticas de restaurar a lei e a ordem primeiro, antes
de lidar com o problema maior, está certa", acrescentou o
jornal alemão.
Notícia da BBC Brasil
E a violência vai continuar porque o governo francês não tem
soluções imediatas para evitar que a mesma continue
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