sexta-feira, novembro 25, 2005

O que se passou no dia 25 de Novembro, num
registo do Centro de Documentação da Universidade
de Coimbra


Manhã de 25 de Novembro
Na sequência de uma decisão do General Morais da Silva, CEMFA,
que dias antes tinha mandado passar à disponibilidade cerca de
1000 camaradas de armas de Tancos, paraquedistas da Base Escola
de Tancos ocupam o Comando da Região Aérea de Monsanto e seis
bases aéreas. Detêm o general Pinho Freire e exigem a demissão de
Morais da Silva. Este acto é considerado pelos militares ligados ao
Grupo dos Nove como o indício de que poderia estar em preparação
um golpe de estado vindo de sectores mais radicais, da esquerda.
Esses militares apoiados pelos partidos políticos moderados PS e
PPD, depois do Presidente da República, General Francisco da Costa
Gomes ter obtido por parte do PCP a confirmação de que não
convocaria os seus militantes e apoiantes para qualquer acção de
rua, decidem então intervir militarmente para controlar
inequivocamente o destino político do país. Assim:

Tarde de 25 de Novembro
Elementos do Regimento de Comandos da Amadora cercam o
Comando da Região Aérea de Monsanto.

Noite de 25 de Novembro
O Presidente da República decreta o Estado de Sítio na Região
de Lisboa. Militares afectos ao governo, da linha do Grupo dos
Nove, controlam a situação.Prisão dos militares revoltosos que
tinham ocupado a Base de Monsanto.

26 de Novembro
Comandos da Amadora atacam o Regimento da Polícia Militar,
unidade militar tida como próxima das forças políticas de
esquerda revolucionária. Após a rendição da PM, há vítimas
mortais de ambos os lados.Prisões dos militares revoltosos..

27 de Novembro
Os Generais Carlos Fabião e Otelo Saraiva de Carvalho são
destituídos, respectivamente, dos cargos de Chefe de Estado
Maior do Exército e de Comandante do COPCON.
O General António Ramalho Eanes é o novo Chefe de Estado
Maior do Exército.Por decisão do Conselho de Ministros a Rádio
Renascença é devolvida à Igreja Católica.

2 comentários:

augustoM disse...

Eu vivi esses tempos do golpismo e contragolpismo,e não gostei do que vi. Vi muitas acções não conhecidas, não digo de quem, e muita manha armada, para enganar o povo e propiciar o assalto ao poder. Fui um período de muito oportunismo político.
Um abraço. Augusto

mfc disse...

Lembro-me perfeitamente desse dia como se fosse hoje.
Há datas que não se esquecem mais!