sábado, abril 01, 2006

Muito ruído tem feito a direita em torno das quotas
aprovadas no parlamento

Com o argumento de que esta atitude é aviltante para as
mulheres. Afirmam que as mulheres devem continuar a
conquistar os lugares na sociedade a quem têm direito, por
mérito próprio e não por instrumentos legais que as
favoreçam.
A isto chamo-lhe argumento da treta e explico. São muitas
as mulheres que militam nos partidos da direita, mas são
muito poucas, aquelas às quais é reconhecido esse direito.
Das duas, uma. Ou não têm competência para ocupar os
lugares ou não são próximas daqueles que decidem se elas
devem ou não ocupá-los. Daí ter muitas dúvidas se as
mulheres que militam nos partidos de direita PSD e CDS
ocupam os lugares de deputadas por mérito próprio ou
apenas por afinidades com os barões dos seus partidos. A
mim não me causará nenhuma perturbação se amanhã e por
força da institucionalização das quotas, passaram as
mulheres a desempenhar mais funções em lugares públicos
desde que para isso reúnam as condições necessárias para o
seu exercício. De resto a empresas privadas têm nos seus
quadros superiores várias mulheres e não é por isso que
elas não são bem geridas. Mas quererem-nos convencer
que não sendo assumida esta posição legislativa as mulheres
atingiriam as quotas por mérito próprio é pura demagogia,
porque tal continuava a não lhes ser reconhecido pelos
homens do aparelho do partido, não porque elas não o
possuíssem mas apenas por continuar não estarem
interessados em ver reduzidos os lugares que partilham
com os seus amigalhaços.

4 comentários:

H. Sousa disse...

Olhe que não é só a direita. A quotização não se pode impor só para uma espécie, terá que ser para todas as espécies o que é manifestamente impossível. Logo, não há que impor quotização de qualquer espécie. O que está mal é esta democracia. E vou prová-lo.

contradicoes disse...

Caro Henrique eu também não concordo
muito com este principio, mas atendendo a que os avaliadores do mérito das mulheres são os homens e existe sempre o receio de poderem vir a ser alguns preteridos pela sua falta de capacidade para o desempenho de algumas funções para as quais poderão estar melhor habilitadas algumas mulheres, só por esta razão, o admito.
Caro Zeca, aqui os únicos a ficarem com os dedos borrados serão sempre aqueles que contribuiram para a produção do papel higiénico, porque te garanto esse eu não tenciono usar.

Maria Silva disse...

Ridículo as quotas até parece que estamos num país do oriente, onde muitas actividades são vedadas à mulher na sociedade.

Antonio Almeida Felizes disse...

..

Meus caros, o problema não é só dos partidos, é da sociedade portuguesa em geral.

Por exemplo, quantas mulheres estão nos C Administração das grandes empresas privadas?

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