A tentativa do neocolonialismo em Angola, peca por
tardia

Até nisto nem sequer conseguimos imitar os outros países
colonizadores os quais muitos antes de nós entregaram as
suas colónias aos seus legítimos povos que ascenderam à
sua independência. Como é sabido, a França a Bélgica a
Holanda, etc., continuam fortemente implantados nas suas
ex-colónias sendo praticamente os motores das suas
economias. Portugal que foi o último País a descolonizar,
fê-lo péssimamente mal e além disso deixou-se ultrapassar
por outros países que entretanto o substituíram na
neocolonização encontrando-se agora a explorar os seus
principais recursos. O caso gritante é o de Angola em que
os principais recursos se encontram a ser explorados por
grandes multinacionais norte-americanas, francesas,
inglesas etc.
José Sócrates não sendo de todo um ignorante nessa matéria
resolveu nesta última semana visitar oficialmente Angola
deslocando-se acompanhado de vários empresários no intuito
destes se estabelecerem naquele riquíssimo país. Acredito
que não terão qualquer dificuldade alguns empresários
portugueses em se estabelecer naquele País, colocando-se
ao serviço do seu desenvolvimento, mas julgo que irão apenas
comer as migalhas deixadas por empresas doutros países
que neste momento detêm a exploração dos melhores
recursos de que Angola dispõem. É costume dizer-se “vale
mais tarde do que nunca”, mas até neste particular os
anteriores governos de Portugal demonstraram falta de
inteligência e discernimento necessários para perceberem
que após a descolonização era fundamental manter com
aquele País os laços que uniram todos aqueles que também
antes foram colonizados por outros países, e estes nunca
cortaram a relação negocial com os territórios que até então
tinham colonizado.