sexta-feira, janeiro 20, 2006

Google se nega a divulgar aos EUA dados sobre buscas
da Folha Online

O gigante das buscas Google se recusou a cumprir uma
intimação do governo norte-americano que vai contra a
política de privacidade da companhia --a administração
Bush gostaria de saber o que milhões de pessoas estão
procurando na internet com a ajuda da popular ferramenta.

Segundo a empresa, o governo quer uma lista com todos
os termos digitados na caixa de buscas durante uma
semana específica --caso elaborado, este documento teria
milhões de palavras. Além disso, o Google deveria fornecer
cerca de 1 milhão de endereços virtuais contidos em seu
banco de dados e selecionados a esmo.

A intimação, afirma a agência de notícias Associated Press,
mostra como os sites de busca podem ser úteis para os
governos, quando eles querem controlar a população. Para
justificar o pedido, representantes dos EUA falam que estas
informações são "vitais" para o cumprimento de leis que
protegem crianças contra a pedofilia.

Com a recusa do Google --a intimação chegou à empresa
em meados do ano passado--, o advogado Alberto Gonzales,
que representa os EUA, pediu nesta semana que um juiz de
San José interviesse no caso e fizesse outra requisição oficial
para a entrega das informações.

Ontem, o Yahoo! confirmou à Associated Press ter recebido
uma intimação parecida. "Não revelamos qualquer informação
pessoal de nossos usuários", afirmou a empresa.
A Microsoft --dona da ferramenta de buscas MSN-- se recusou
a dizer se recebeu um pedido oficial deste tipo.

Para especialistas, este caso preocupa por ir contra as
políticas de privacidade das empresas de busca --teoricamente,
o internauta tem direito de procurar o que bem entender
nestes sites, sem ser identificado.

Este tipo de preocupação em relação ao direito à privacidade
aumentou ainda mais quando se soube que, depois dos ataques
de 11 de setembro, os EUA tiveram acesso à comunicação de
civis sem autorização oficial para fazê-lo.

Aplaudo este procedimento do Google, face à exigência,
tendo em vista a protecção dos internautas.

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