quarta-feira, janeiro 25, 2006















Mudanças de
dieta nos últimos 50 anos podem estar
relacionadas
com aumento de doenças mentais, de acordo
com um
estudo divulgado na Grã-Bretanha nesta
segunda-feira.


Segundo o grupo ativista Sustain e a Fundação de Saúde
Mental, que realizaram a pesquisa, a forma com que os
alimentos passaram a ser produzidos, alterou o equilíbrio
dos nutrientes mais importantes necessários na dieta
alimentar.

Os britânicos também estão comendo menos alimentos
frescos e mais açúcar e gorduras saturadas.

Os dois grupos responsáveis pela pesquisa afirmam que a
mudança na dieta tem ligação com depressão e com
problemas de memória, mas nutricionistas acreditam que
o estudo não é conclusivo.

Depressão

Andrew McCulloch, diretor-executivo da Fundação de Saúde
Mental afirma que as pessoas estão conscientes dos efeitos
da dieta na nossa saúde física, mas mal começaram a entender
como o cérebro como um órgão é influenciado pelos
nutrientes.


DIETA E ALIMENTAÇÃO
Depressão - Ligada ao baixo consumo de peixe - rico em
ômega 3, essencial para o bom funcionamento do cérebro.
Esquizofrenia - Evidências epidemiológicas demonstram
que esquizofrênicos apresentam baixos níveis de ácidos
poli-insaturados, mas não está claro que mudanças na dieta
seriam necessárias.
Mal de Alzheimer - Alguns estudos sugerem que um grande
consumo de legumes e verduras pode proteger contra
doenças cerebrais. Síndrome do Déficit de Atenção -
Pesquisa mostra que crianças com a desordem apresentam
baixos níveis de ferro e de ácidos graxos.

Ele afirma que o tratamento de doenças mentais a partir
de mudanças na alimentação está mostrando melhores
resultados em alguns casos do que drogas ou terapia.

Intitulado "Mudança de Dieta, Mudança nas Mentes"
("Changind Diets, Changing Minds"), o estudo parte do
princípio de que o delicado equilíbrio de minerais, vitaminas
e gorduras essenciais foi alterado nas últimas cinco décadas.

Pesquisadores afirmam que a proliferação de fazendas de
produção em larga escala e a introdução de pesticidas mudou
também a composição da gordura dos animais.

Como exemplo, o relatório afirma que as galinhas hoje
alcançam o peso de abate na metade do tempo em que
engordavam há 30 anos e a gordura aumentou de 2% para
22%.

A alteração da dieta também teria sido responsável pelo
desequilíbrio de ômega 3 e ômega 6 - ácidos graxos essenciais
- nas galinhas. Os ácidos graxos são considerados fundamentais
para que o cérebro funcione bem.

Cepticismo

Em contraste, gorduras saturadas, cujo consumo vem sendo
ampliado pela ingestão de comida pronta congelada, fazem os
processos cerebrais mais lentos.

O estudo conclui que os britânicos estão comendo 34% menos
legumes e dois terços da quantidade de peixe que eles
consumiam há 50 anos.

Estas mudanças podem estar ligadas à depressão,
squizofrenia, transtorno do déficit de atenção e Hiperatividade
e mal de Alzheimer.

Mas Rebecca Foster, nutricionista e cientista da Fundação
Britânica de Nutrição, recebeu os resultados do estudo com
cepticismo.

"As provas que associam saúde mental e nutrição estão
ainda começando a aparecer. A associação é difícil de
pesquisar e subjetiva em muitos casos".

Ela evita tirar conclusões em cima do estudo e afirma
que ainda não é possível associar doenças mentais e
alimentação.

Mesmo assim, ressalta que os nutrientes recomendados
no estudo são os mesmos necessários para uma boa saúde
e devem recomendados por todos os profissionais da área
de saúde.

da BBC Brasil

Tal como existem pessoas que comem exageradamente e
mal, porque consomem demasiadas gorduras, existem outras
que, erradamente, fazem dietas causadoras de perturbações
mentais. E embora sejam prevenidas da origem da doença
continua a cometer o mesmo disparate.

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