domingo, janeiro 22, 2006


Mais de 8 milhões de
portugueses escolhem
neste domingo o novo
presidente do país, em
uma eleição que pode ser
decidida já no primeiro
turno.

As mais recentes pesquisas de intenção de voto apontam
como favorito para vencer o pleito o candidato de
centro-direita, Aníbal Antônio Cavaco Silva, que aparece
com mais de 50% das intenções de voto.

Os dois candidatos que podem forçar um segundo turno
vêm do Partido Socialista: o ex-presidente Mário Soares e
o deputado Manuel Alegre, que concorre como independente.

Também concorrem à sucessão do socialista Jorge Sampaio
outros três candidatos: Jerônimo de Sousa, secretário-geral
do Partido Comunista, o deputado Francisco Louçã, do Bloco
de Esquerda, e Antônio Garcia Pereira, do Movimento
Revolucionário do Povo Português.

Surpresa

Apesar do favoritismo, Cavaco Silva procurou nos últimos
dias, pelo menos no discurso, não entrar no clima do
“já ganhou”.

“Eu estou a enfrentar quatro candidatos”, disse ele à BBC
Brasil.

“É uma coisa que nunca aconteceu em Portugal e por isso
há sempre alguma incerteza quanto ao resultado que
pode acontecer.”

O analista político Francisco Saarsfield Cabral, diretor da
Rádio Renascença, diz que, apesar dos números das
sondagens, pode haver uma surpresa.

“É provável que muitos dos indecisos sejam de esquerda
e estejam hesitantes entre votar Mário Soares ou
Manuel Alegre”, afirma ele.

“A vitória no primeiro turno é provável, mas não é certa.”

Nas quatro sondagens publicadas na sexta-feira, o número
de indecisos varia entre 10% e 23%.

Segundo lugar

A maior parte das sondagens coloca em segundo lugar o
deputado Manuel Alegre, com 16% a 19% das intenções
de voto.

Ele é poeta e, depois de ter sido rejeitado como candidato
do partido, decidiu fazer uma campanha independente
com o apoio de intelectuais, artistas e pessoas descontentes
com o governo socialista, que vem aplicando uma receita
ortodoxa para a crise econômica portuguesa.

Apenas uma das pesquisas de sexta coloca Mário Soares
na vice-liderança.

Aos 81 anos, ele concorre pela terceira vez à Presidência.

Apoiado pela máquina do Partido Socialista, a esperança
é que repita o feito de 1985, quando no primeiro turno
ficou com 25,3% dos votos contra 46,4% do candidato de
centro-direita Diogo Freitas do Amaral, mas acabou
vencendo o segundo turno por apenas 200 mil votos.

Economia

O centro da campanha tem sido a situação econômica.

Cavaco Silva procurou dizer que a sua eleição será o
caminho para o fim da crise.

“Penso que os portugueses estão conscientes de que o
país atravessa uma fase difícil e que o presidente pode
marcar uma virada, e é por isso que estou aqui”, disse ele.

Acusado pelos adversários de entrar numa área que é de
responsabilidade do governo – hoje encabeçado pelo
socialista José Sócrates -, Cavaco Silva, que foi
primeiro-ministro de 1985 a 1995, disse que o voto direto
dá ao presidente legitimidade para influir na política.

O analista político Carlos Magno acredita que a eleição
de Cavaco poderá ser uma mudança na forma como o
presidente se relaciona com o governo socialista.

“Ele não tem um programa presidencial, mas um programa
de governo. O eleitorado que vota Cavaco Silva quer que
as coisas mudem, quer que o presidente controle o
governo, estabeleça metas e objetivos para o governo
cumprir.”

Em relação ao Brasil, Cavaco Silva promete trabalhar
para melhorar as relações entre os dois países.

“O Brasil será uma grande potência econômica e política,
e Portugal só tem a ganhar com o aprofundamento das
relações.”

Da BBC Brasil

Pelas afirmações de Cavaco Silva, mais uma vez fica
demonstrada a sua tendência em se querer imiscuir nas
funções governativas

2 comentários:

cumixoso disse...

A eleição presidencial deveria ser uma eleição pelas pessoas e não pelos partidos politicos! Eu não sou da dita "Esquerda (o ké ser de Esquerda??) e nesta eleição vou votar Alegre. Se calhar para afrontar o reformado, é o mais certo. Mas se o Poeta não estivesse colocado acima do Bochechas, entre este o Sr. Silva, não tinha a minima dúvida. Apenas porque não concordo que o velho tenha idade para ser ainda o nosso Presidente

Nuno M Almeida disse...

olhe que não, olhe que não!

Nuno M Almeida
http://www.arte-de-opinar.blogspot.com/