terça-feira, janeiro 24, 2006

O agiotismo em Portugal tem honras de abertura nos
telejornais

Ser banqueiro em Portugal nos dias de hoje, representa
um dos negócios mais lucrativos que alguma vez houve
memória. É sabido que as taxas de juro que hoje se praticam
sobretudo aquelas que o aforradores recebem de contrapartida
por terem as suas economias num qualquer Banco, significa
um rendimento absolutamente rídiculo depois de deduzidos
os impostos.
Isto é, comem simultaneamente desta mangedoura o Banco
onde temos aplicada a nossa poupança e o Estado porque
quando os juros se vencem é sagradamente descontado o
imposto respectivo. Tenho dúvidas é se depois esse valor
resultante da aplicação do imposto é devidamente entregue
aos Cofres do Estado. E digo isto na convicção de que os
crescentes lucros nos últimos anos anunciados pela Banca
me fazem ponderar os factores da sua origem. É certo que
os Bancos utilizam em parte o dinheiro dos aforradores para
emprestarem a quem a eles recorre vendendo esse dinheiro
por imagina-se o quadruplo do valor dos juros que pagam
a quem o possui.
Logo aí está a mais importante fatia do lucro. Logo a seguir
dispõem do rendimento proveniente dos empréstimos da
compra de habitação em que as maioria dos portugueses é
refém.Depois, para rentabilizarem ainda mais o negócio
reduziram os seus efectivos de pessoal ao mínimo indispenável
e embora tal represente para quem se dirige aos balcões num
enorme compasso de espera para tratar de qualquer assunto,
põem os seus colaboradores a fazerem horas para além do
horário a que estão obrigados e não lhes pagam mais por isso.
Nesta atitude têm duplo benefício, ou seja mantêm balcões a
funcionar com um número de colaboradores estritamente
necessários e exploram-nos no número de horas de trabalho
que prestam. E depois vêm os Teixeiras Pintos de boca cheia
anunciarem o seu feito heróico de fazerem aumentar os lucros
do negócio. É de ficarmos efectivamente espantados com
tudo isto. Mas nos Seguros a história repete-se. Como é sabido
estas empresas através do seguro obrigatório do automóvel,
embora digam que este sector lhes produz prejuizo, é através
dele que arrecadam uma das suas maiores receitas.
E dou como exemplo o meu caso pessoal. Possuo seguro
automóvel desde há 30 anos, primeiramente apenas na
cobertura do risco contra terceiros, mas desde há dez anos,
riscos próprios. A seguradora nunca foi chamada a indemnizar
danos causados a terceiros por os ter produzido, o que significa
que ao longo de todo este tempo se o seguro não fosse
obrigatório teria arrecadado dinheiro suficiente para adquirir
um carro novo e de segmento médio. Nas mesmas circunstâncias
em que me encontro, estarão muitos milhares segurados.
Curiosamente uns dias antes de se vencer o prémio de seguro
recebo sempre uma cartinha da Seguradora, informando-me
que, atendendo tratar-se de um segurado que não tem tido
acidentes foi contemplado com a percentagem de x como prémio
por esse comportamento. Logo no paragrafo a seguir vêm com
a lenga lenga do costume. Mas atendendo ao crescente indice
de sinistralidade e aos prejuizos causados, fomos obrigados a
agravar o seguro do ramo automóvel em x por cento na
tentativa de minimizar esses prejuizos. Ou seja, além de não
ser compensado pelo meu brilhante comportamento de
automobilista sem sinistros, ainda levo com um determinado
aumento no prémio a pagar. Isto acontece todos os anos
repetidamente e não existe uma entidade reguladora nem
fiscalizadora destas arbitrariedades. Depois nos finais dos
anos as seguradores fecham os seus exercícios registando tal
como os bancos elevados lucros, tendo os admninistradores
destas negócios de agiotas a distinta lata de nos quererem
convencer que sabem gerir estes negócios tão lucrativos,
com esta formula que qualquer marçano dos tempos
passados seria capaz.

2 comentários:

Unknown disse...

Meu novo amigo,
Passadas as tristezas é hora de demonstrar a felicidade que sinto por tudo aquilo de bom que possuo em vida, inclusive a tua nova amizade!
Agradeço-te imenso a tua visita de solidariedade, o que me permitiu vir parar aqui e conhecer o teu espaço, que gostei muito... Com certeza virei muitas vezes agora...
Beijos, flores e muitos sorrisos para ti!

contradicoes disse...

Obrigado Carmem pelo carinho e espero que já tenhas ultrapassado o mal-estar causado pelo comentário inconveniente.
Um beijinho do Raul